A conversa entre mãe e filho está ameaçada. Depende da solução de um impasse de R$ 65 bilhões, do qual Lindalva nunca ouvira falar. O valor é o montante de dívida da Oi, única operadora com torre de comunicação ativa no município, que passa por um processo de recuperação judicial desde junho de 2016. “A gente não sabia que a empresa passava por essa situação. Deus me livre que isso aconteça. Ela é muito boa. Saindo daqui, acabou. A gente não vai poder se comunicar”, lamenta.
As alternativas para a empresa, que também é a concessionária de telefonia fixa, são: reestruturar-se financeiramente ou, na pior das hipóteses, ter sua outorga extinta pelo Governo e ser fatiada entre os grandes grupos. O borracheiro João Barros, conhecido como Adolfo, não espera que a empresa encerre o sinal hoje existente na zona rural de Irapuan Pinheiro.
“Problema todo mundo tem, não é? Mas acho que ela passa por isso”, afirma otimista. Ele usa o celular que comprou há sete anos para se comunicar com os irmãos, que também estão em São Paulo. “Aqui e acolá, eles ligam. Se ela sair e não entrar outra, o negócio vai desandar. Resolvemos tudo por telefone”, disse. O celular o ajuda no serviço da borracharia. “Alguém teve um problema no pneu, eu vou lá e ajeito. Pode ser em qualquer lugar. O pessoal me liga e a gente vai lá consertar. Sem telefone, vai ficar difícil ganhar um dinheirinho”.
ÁTILA VARELA
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