Mais aguardado encontro da Lava Jato, depoimento do ex-presidente Lula ao juiz Sergio Moro também antecipa tom que deve nortear futuro da Operação. Mais que a etapa conclusiva de um dos processos contra o petista em Curitiba, encontro simbólico marca ainda nova fase do caráter político do caso, que toma agora ares de “tudo ou nada”.
Concluída etapa de oitivas com testemunhas no caso do triplex do Guarujá, resta agora apenas fase de alegações finais antes da decisão de Moro no processo. Para especialistas ouvidos ontem pelo O POVO, o “esgotamento” de recursos na Justiça do Paraná injeta carga inédita de politização no caso.
“Lula vai se apoiar na tese de perseguição política, tentando até o papel de mártir. É o que resta para ele fazer, já que não existem mais instrumentos legais”, avalia o pós-doutor em ciência política David Fleischer, da Universidade de Brasília (UnB). A questão vale também para Moro, que precisaria, caso opte por condenar o petista, dar peso especial para uma mostra de imparcialidade no caso.
Neste cenário, ele destaca ainda peso do calendário eleitoral para 2018. “Se Lula é condenado pelo Moro, vai para o TRF de Porto Alegre, que tem média de sete meses para finalizar julgamentos de casos assim. E ele só ficaria inelegível caso condenado na 2ª instância antes do final de julho”.
Para o cientista político Felipe Albuquerque, pesquisador da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), o encontro de ontem também tem papel simbólico na construção das próximas narrativas a serem adotadas por setores pró e contra Lula.
“(A partir do depoimento) se a acusação não conseguir mostrar a que veio, Lula e o PT fortalecem o discurso de que são vitimas de perseguição, estratégia que, a cada vez que se fortalece, resulta em aumento nas projeções de votos de Lula para 2018. Ele pode, então, sair ainda mais forte do que está”, avalia.
Desmobilização
Apesar de destacar peso de manifestações ocorridas em Curitiba, o cientista político Adriano Gianturco, do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), destaca que ações de ontem reforça cenário de esgotamento do poder de convencimento de mobilizações populares no País, sobretudo na Lava Jato.“O País está muito dividido, então, em termos de tensão política, não há mais diálogo. São dois monólogos, sendo que cada grupo só fala para o seu público. Ninguém convence mais ninguém, então tem pouco peso no processo. Mesmo que Lula seja condenado, nenhum petista vai ser convencido que ele é culpado, e vice-versa”.
“Lula vai se apoiar na tese de perseguição política, tentando até o papel de mártir. É o que resta para ele fazer, já que não existem mais instrumentos legais”, avalia o pós-doutor em ciência política David Fleischer, da Universidade de Brasília (UnB). A questão vale também para Moro, que precisaria, caso opte por condenar o petista, dar peso especial para uma mostra de imparcialidade no caso.
Neste cenário, ele destaca ainda peso do calendário eleitoral para 2018. “Se Lula é condenado pelo Moro, vai para o TRF de Porto Alegre, que tem média de sete meses para finalizar julgamentos de casos assim. E ele só ficaria inelegível caso condenado na 2ª instância antes do final de julho”.
Para o cientista político Felipe Albuquerque, pesquisador da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), o encontro de ontem também tem papel simbólico na construção das próximas narrativas a serem adotadas por setores pró e contra Lula.
“(A partir do depoimento) se a acusação não conseguir mostrar a que veio, Lula e o PT fortalecem o discurso de que são vitimas de perseguição, estratégia que, a cada vez que se fortalece, resulta em aumento nas projeções de votos de Lula para 2018. Ele pode, então, sair ainda mais forte do que está”, avalia.
Desmobilização
Apesar de destacar peso de manifestações ocorridas em Curitiba, o cientista político Adriano Gianturco, do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), destaca que ações de ontem reforça cenário de esgotamento do poder de convencimento de mobilizações populares no País, sobretudo na Lava Jato.“O País está muito dividido, então, em termos de tensão política, não há mais diálogo. São dois monólogos, sendo que cada grupo só fala para o seu público. Ninguém convence mais ninguém, então tem pouco peso no processo. Mesmo que Lula seja condenado, nenhum petista vai ser convencido que ele é culpado, e vice-versa”.
CARLOS MAZZA
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