domingo, 14 de maio de 2017

Amor a qualquer tempo

Depois de priorizar carreira profissional e até já desacreditada da chance da maternidade, a analista de sistemas Darilu Martins, agora aos 41 anos, espera com ansiedade a chegada de Valentina, sua primeira filha    EVILÁZIO BEZERRA
Depois de priorizar carreira profissional e até já desacreditada da chance da maternidade, a analista de sistemas Darilu Martins, agora aos 41 anos, espera com ansiedade a chegada de Valentina, sua primeira filha EVILÁZIO BEZERRA
De início, ela quis colocar a gravidez num período “mais para frente”, como costumava dizer. Na juventude, Darilu Martins da Silva pensava somente em construir carreira e em chegar a uma possível estabilidade financeira. Ter filhos não era a prioridade para a analista de sistemas: se apresentava como um sonho distante. “Sempre que eu pensava nisso, aparecia alguma prioridade e eu decidia adiar”, recorda. Carreira, emprego, cursos, atividades profissionais. Quando finalmente viu que era chegada a hora, descobriu um mioma no útero.
O desejo de ser mãe, então, precisou mais uma vez ser deixado para depois. Até que problemas de saúde adiaram mais a realização pessoal. E passados oito anos, hoje, aos 41, ela completou exatamente as 36 semanas de gestação de Valentina, a filha tão esperada, fruto de uma reprodução assistida. “Eu já estava desmotivada, porque tentei duas fertilizações e a primeira não deu certo”, sorri.
A menina, para ela, é um milagre, principalmente porque ela já não tinha muitos óvulos. Já com os nove meses completos da gravidez, Valentina não havia nascido até o fechamento desta edição.
“A mulher já nasce com todos os óvulos que vai colocar durante toda a vida, diferentemente do homem, que produz os espermatozoides todos os dias”, conduz a médica obstetra Sílvia Bonfim. Também professora do curso de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), Sílvia lembra, então, que a idade dos gametas femininos é exatamente igual à idade de cada mulher que os conduz: ela já vem ao mundo com os cerca de 300 mil óvulos em cada ovário.
Diferente das mulheres, que já nascem com todos os óvulos formados, a produção dos espermatozoides masculinos é ininterrupta. Começa na puberdade e continua até o fim da vida.
Novo papel da mulher
A decisão de só querer ter filho a partir dos 40 anos se configura como o novo papel da mulher no mundo. “Ela elege, para si própria, a vida profissional como antecessora. O caminho do estado, da cultura, da instrução, da realização profissional. De tomar para si o seu destino”, analisa Maria Helena de Paula Frota, professora do curso de Pós-Graduação em Sociologia, da Universidade Estadual do Ceará (Uece). Como, então, resolver a questão, para as mulheres que desejam ser mães, do conflito entre segurança financeira e maternidade? Durante os anos de maior fertilidade, no entanto, boa parte das mulheres ainda busca a estabilidade financeira. Melhorar na carreira e progredir profissionalmente são as metas. O Ciência & Saúde deste domingo do Dia das Mães trata da maternidade considerada tardia, após os 40 anos. E do desafio que é ser mãe nessa faixa etária. Boa Leitura!  

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