A renda média domiciliar per capita do Ceará de R$ 751 é a sexta pior do País. O dado referente a 2016 é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foi divulgado ontem. O valor do Estado é abaixo da média Nacional de R$ 1,226 mil. O que reflete aumento de 10% ante 2015, que apresentou resultado de R$ 1,113 mil.
Os rendimentos domiciliares são obtidos pela soma dos rendimentos do trabalho e de outras fontes recebidas por cada morador. Os números divulgados impactam no cálculo do Fundo de Participação dos Estados (FPE), conforme novas regras.
O economista Alex Araújo analisa que o resultado do Ceará e o fato dos outros estados do Nordeste e do Norte terem as menores rendas médias decorre do elevado nível de desigualdade social no País. “O que decorre de uma associação de variáveis”, diz, citando nível de escolaridade e a crise econômica no Brasil.
José Irineu de Carvalho, economista e consultor da Aprece, diz que diminuir a desigualdade passa por atrair investimentos no Norte e Nordeste. “Você não vai conseguir reduzir disparidade sem tratar diferentemente as regiões do Brasil”.
Lauro Chaves, professor da Uece e presidente do Corecon-CE, acrescenta que, no Ceará, o cenário de consolidação do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), com a Zona de Processamento de Exportação e a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) podem mudar o cenário atual. “Isso não vai ocorrer em menos de 10 anos. Mas o perfil de trabalho do Ceará vai mudar”.
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