domingo, 29 de janeiro de 2017

Operador de José Serra. PGR pede investigação do MP Suíço

17:00 | 28/01/2017
Serra é hoje chanceler do Brasil  WILSON DIAS/ABR
Serra é hoje chanceler do Brasil WILSON DIAS/ABR

O Ministério Público Federal vai pedir às autoridades suíças que investiguem e bloqueiem no país europeu recursos de Ronaldo Cezar Coelho, ex-deputado que atuou na campanha presidencial do atual ministro das Relações Exteriores, José Serra, em 2010.

O assunto estava na pauta da reunião que ocorreria no dia 20 entre o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o chefe do Ministério Público suíço, Michael Lauber. A morte do ministro Teori Zavascki, no dia anterior, adiou o encontro.

O objetivo dos procuradores brasileiros é tentar identificar eventual irregularidade em pagamentos relacionados à campanha do PSDB. Serra foi citado por funcionários da Odebrecht como destinatário de R$ 23 milhões repassados via caixa 2 para sua campanha presidencial de 2010. Parte do recurso teria sido transferido de uma conta na Suíça.

Por meio de seu advogado, Cezar Coelho admitiu que recebeu recursos do PSDB em uma conta na Suíça a título de ressarcimento por gastos que teve na campanha, da qual foi coordenador político. De acordo com o advogado, o dinheiro depositado no exterior foi regularizado pelo empresário por meio do programa de repatriação de ativos, criado no início do ano passado para permitir que donos de recursos não declarados fora do Brasil pudessem informar ao Banco Central sem serem acusados de crimes.

Após pagar as multas e impostos previstos, o ex-deputado, porém, optou por manter os recursos no país europeu, o que é uma das possibilidades admitidas pela lei.

Na avaliação do Ministério Público Federal, ao aderir ao programa de repatriação, Cezar Coelho pode ter escapado do crime de sonegação fiscal e evasão de divisas, mas não das suspeitas de lavagem de dinheiro. Por isso, procuradores querem agora que a Suíça abra uma investigação e peça aos bancos envolvidos nas contas do ex-deputado os extratos para avaliar de quem recebeu e, eventualmente, a quem pagou.

Por meio de nota, Serra negou irregulairdades e afirmou que as finanças de suas campanhas estavam sob responsabilidade do partido. (das agências de notícias)

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