sábado, 26 de novembro de 2016

Queda de Geddel Vieira aumenta pressão sobre Michel Temer

Desde que assumiu a Presidência da República, há seis meses, Michel Temer (PMDB) não livrou-se do mar revolto das crises sequenciais que resultaram em quedas sistemáticas de ministros. Ontem, com a exoneração de Geddel Vieira Lima, a gestão do PMDB acumulou a sexta baixa, e, dessa vez, aproximando Temer do centro de denúncias.
Suspeitas alimentadas pelo ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, colocam, pela primeira vez de forma mais direta, o presidente da República ligado a uma queda de ministro por conta de denúncias na gestão pública.

Calero, além de acusar Geddel de pressioná-lo para solucionar o embargo de um prédio pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Salvador, afirmou, em depoimento à Polícia Federal, que Temer intercedeu pelo então secretário de Governo para facilitar a queda de um embargo que beneficiaria o amigo peemedebista.

Psol e PT, que foram contra o processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT), anunciaram que peças acusatórias estão sendo produzidas para, na próxima segunda-feira, 28, solicitar o pedido de deposição do presidente.

“Agora sim estamos diante de um crime de responsabilidade”, afirmou o líder do Psol na Câmara dos Deputados Ivan Valente (SP). Já o líder da oposição no Senado Federal, Lindbergh Farias (PT-RJ), afirmou que o PT está em contato com movimentos sociais para definir quem vai assinar o pedido.

“Tivemos uma presidente afastada sem nenhum crime de responsabilidade. Agora, pelo contrário, o crime está posto. Temer agiu contra um ministro por interesses privados. Isso é muito grave”, afirmou.

A peça vai ter como base as denúncias de Calero em que o presidente interveio em favor dos interesses de Geddel para liberar uma obra de prédio em Salvador, onde o ministro tinha apartamento.

Base aliada
Parlamentares da base aliada na Câmara dos Deputados tentaram colocar panos quentes na crise instalada em Brasília. O deputado Raimundo Gomes de Matos (PSDB) elogiou a exoneração e defendeu melhores escolhas para o primeiro escalão. 

Já Genecias Noronha (SD), que havia assinado carta em apoio à manutenção de Geddel no governo mesmo com denúncias, chamou o episódio de “fuxico” e disse que a queda do peemedebista se deu por conta da cobertura da imprensa. (com agências)

As baixas

A primeira queda foi do ex-ministro de Planejamento e senador, Romero Jucá, em 23 de maio.

Na semana seguinte, no dia 30 de maio, foi a vez de Fabiano Silveira, ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, deixar a gestão peemedebista.

Henrique Eduardo Alves, que comandava o Turismo, foi o terceiro a cair, em 16 de junho.
 
O ex-advogado-geral da União, Fábio Medina Osório, caiu no dia 9 de agosto. Foi a quarta baixa.

A quinta baixa foi de Marcelo Calero, que comandava a Cultura. Ele pediu exoneração no dia 18 de novembro.

Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo, deixou o cargo ontem. Foi a sexta queda.

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