sábado, 29 de outubro de 2016

VILA VICENTINA Após liminar de suspensão, moradores denunciam a presença de funcionários e tratores nesta manhã

Os moradores da Vila Vicentina da Estância acordaram assustados na manhã deste sábado, 28. Cerca de seis homens chegaram ao local com um trator na manhã deste sábado, 29, para dar continuidade à desapropriação. A populaçãolocal, por sua vez, interveio apresentando a decisão judicial que impede a qualquer ação de reintegração de posse na comunidade.

A advogada do Escritório de Direito Humanos e Assessoria Jurídica Popular Frei Tito, Mayara Justa, disse ao O POVO Online que, devido à suspensão da liminar de desapropriação, as casas não podem ser demolidas. Caso isso ocorra, o responsável será punido com uma multa de R$ 100 mil por dia.

No momento em que os empreiteiros chegaram, alguns moradores apresentaram a decisão que suspende a determinação judicial de reintegração de posse. “Eu peguei a liminar, mostrei e mencionei que ia chamar a polícia. Aí, eles foram embora, mas fizeram a volta no quarteirão da vila. A gente tava acordando. Ficamos agoniados”, disse a aposentada e moradora, Maria de Fátima Moreira de Souza.

Advogados da Assessoria Jurídica Popular Frei Tito entregaram na noite desta sexta-feira, 28, uma cópia da liminar para os moradores, prevendo qualquer tentativa de demolição. “Quando soubemos da presença de funcionários na vila nesta manhã, mandamos um advogado para ir ao local. Mas, quando ele chegou, os homens já tinham ido embora”, contou Mayara Justa.

Nesta sexta-feira, 28, oito casas foram demolidas na Vila Vicentina da Estância por determinação judicial. Os moradores do local formaram um grupo de resistência para reivindicar a regulamentação da área como Zona Especial de Interesse Social (Zeis). Oficiais de justiça e a Polícia Militar estiveram ao local para cumprir o mandato de reintegração de posse de 12 casas, expedido pela 27ª Vara Cível.

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