Candidato derrotado em 2014 na eleição presidencial, o senador Aécio Neves (PMDB-MG) relembrou debates entre os dois e discursos de Dilma na campanha à reeleição. “A resposta é sempre a mesma, um discurso político evasivo, sem consistência do ponto de vista de dar respostas aos crimes que lhe são imputados. A nossa avaliação é que (a fala) em nada mudará o resultado, vamos cumprir os ritos do processo de forma serena e responsável”, disse.
Em tom crítico à petista, o senador tucano Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) afirmou que “não pode haver golpe” em uma mesa composta por chefes dos três poderes da República. Além de Dilma Rousseff, estavam Renan Calheiros, presidente do Senado, e Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).
O parlamentar disse que o processo de afastamento não começou no Congresso, mas nas ruas. “Golpe é vencer uma eleição mentindo ao Brasil. Golpe é quebrar uma empresa como a Petrobras”, atacou.
Também favorável ao afastamento de Dilma, a senadora Ana Amélia (PP-RS) afirmou que “o verdadeiro golpe foi contra milhões de brasileiros desempregados”. “Todas as contestações foram respondidas tempestivamente pelo STF. Não se ignora também a generosidade do País e das instituições, com as garantias asseguradas na sua defesa – aliás, muito maiores que aquelas concedidas no impeachment de Fernando Collor, hoje aqui também juiz”, falou Ana Amélia.
Otimista, o senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que a presidente afastada acertou o tom do discurso por ter levado ao plenário da Casa “novos elementos”, que podem fazer a diferença na eleição do julgamento final, que deve ocorrer hoje.
“Ela conseguiu trazer novos elementos, posicionamentos firmes em mostrar que não cometeu crimes de responsabilidade. Eu acho que foi produtivo. Quem estiver, de modo sincero, indeciso, deve estar acumulando informações e certamente vai votar conosco contra o impeachment”, respondeu Costa.
Da mesma forma, a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) exaltou a “firmeza” e a “segurança” da petista diante de senadores. Para a parlamentar, o discurso deverá entrar para a história. “O discurso da presidenta Dilma entrou para a história pela firmeza, segurança e altivez. Ela se apresentou como chefe de Estado, não fez ataque ou ofensa de natureza pessoal, mas denunciou o processo pelo caráter fraudulento que ele tem, de farsa.” (Wagner Mendes)
SAIBA MAIS
Votação
Os 81 senadores devem se revezar na tribuna da Casa hoje, durante dez minutos cada, em fala assegurada no rito.
Na sequência, após a última fala, será dado início ao encaminhamento da votação do julgamento final do impeachment.
Dois senadores devem falar a favor do processo e outros dois contra. Na sequência, o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, lerá o resumo do processo.
Por fim, os senadores votam.
São necessários 54 votos para destituição.
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