Auditores-fiscais do trabalho realizaram ação de combate à carga horária excessiva e à falta de equipamentos de proteção para condutores de transporte de carga. Das 66 empresas inspecionadas ontem, três atenderam às normas de trabalho. Os agentes alertaram para os riscos aos quais condutores de veículos leves e pesados estão submetidos.
Ao todo, foram lavrados 77 autos de infração. Dos motoristas fiscalizados, seis foram flagrados com irregularidade na documentação trabalhista, 16 não possuíam equipamento de segurança e 55 estavam trabalhando além da jornada de trabalho de oito horas diárias. Um veículo foi interditado por falta de certificado de inspeção veicular.
Conforme o auditor-fiscal do trabalho Eduardo Macêdo, os motoristas abordados precisaram apresentar documento comprovando a carga horária de serviço. “Quando o tempo de trabalho exorbita as oito horas, sem descanso ou alimentação, o nível de atenção desses caminhoneiros tende a diminuir e o risco aumenta, tanto para eles próprios quanto para a sociedade”, disse. Segundo o policial rodoviário David Nóbrega, os acidentes envolvendo veículos de transporte de carga acontecem principalmente à noite. Ele apontou a jornada prolongada como o fator responsável pela maioria dos acidentes.
As empresas com motoristas em situação irregular foram multadas. Conforme o Ministério do Trabalho, o valor da punição é de aproximadamente R$ 2,5 mil. Para o caminhoneiro Jurandir Ferreira, 56, a fiscalização é uma segurança a mais ao trabalhador, principalmente por esclarecer os direitos dos profissionais. Ele foi autuado por não portar diário de bordo com os horários de trabalho. “Faço todo dia a rota Areia Branca, no Rio Grande do Norte, para o Porto do Pecém (no Ceará). O patrão não tem muita exigência. Dirijo 12 horas por dia, mas posso parar quando estou cansado”, disse.
De acordo com o Ministério do Trabalho, de janeiro a julho deste ano foram realizadas 70 auditorias no setor de transporte de cargas. Em 2015, os agentes-fiscais realizaram 323 ações nesse tipo de empresa. Conforme o órgão, entre 2011 e 2014, acidentes envolvendo veículos de carga representaram entre 53% e 58% do total de acidentes no Estado.
Segundo os servidores, esses índices são resultado de crescimento do número de caminhões no Ceará, que saltou de 52,5 mil, em 2011, para 64,9 mil, em 2014. Eles somam a isso a redução do número de agentes fiscais, que caiu de 123, em 2011, para 102, no ano passado. Houve também redução no número de fiscalizações. Em 2011, foram 602 ações. No ano passado, esse número caiu para 323.
Nenhum comentário:
Postar um comentário