Na terça-feira, grupo de vereadores do PDT se reuniu na Câmara. Em versão “oficial”, eles afirmam que o encontro tratou da estratégia para este ano. “Que um vereador não busque voto na base de outro, que todos permaneçam unidos”, diz Marcus Teixeira.
O POVO apurou, no entanto, que pedetistas de menor força eleitoral estão incomodados pela “falta de prestígio” em comparação com vereadores próximos do Paço Municipal. Outros parlamentares também demonstram preocupação com a saída de pelo menos três pedetistas da disputa – o que dificultaria ainda mais a eleição dos demais.
“Tem isso, mas é comum. Existe algum grupo mais afinado, aí quem é de fora questiona ‘fulano é queridinho no gabinete, sicrano já tá garantido’. Normal. O que se discute é justamente para que seja pelo menos amenizado. Fortalecendo a chapa, ganha todo mundo”, diz Didi Mangueira (PDT), vice-líder de RC.
Até agora, Adelmo Martins, Germana Soares e Leda Moreira teriam desistência praticamente confirmada. Adelmo apoiará candidatura do filho, Germana o marido e Leda uma irmã. Os “apadrinhados” são filiados a outros partidos.
Adelmo, no entanto, até sugere formas de “contornar” redução da bancada. “O Roberto Cláudio sendo reeleito, ele aproveitaria todos. Tem bons nomes que podem ser secretários, convocando suplentes”.
“Super bancada”
Estimulada pela migração do grupo de Cid e Ciro Gomes para o partido, o PDT foi “inflado” com migrações em março. Legenda que elegeu dois vereadores em 2012, a sigla tem hoje 18 parlamentares, além de suplentes.
Em 2012, quociente eleitoral para um vereador em Fortaleza ficou em cerca de 29 mil votos.Para eleger 15 vereadores, portanto, o PDT precisaria somar 435 mil votos – quase um terço de todos os votos válidos de Fortaleza. Presidente da Casa, Salmito Filho (PDT) faz previsão de que o PDT eleja entre 11 e 15 vereadores.
Em entrevistas, no entanto, os vereadores da sigla se dizem otimistas. “Só os vereadores que estão aí, mais legenda, somam 250 mil votos. Elegeria dez fácil”, diz Didi Mangueira. John Monteiro, ex-PTdoB, minimiza: “Antes eu estava em partido menor, sem chance de eleger ninguém. Melhor ser suplente do PDT do que ser nada no PTdoB”.
Apesar do otimismo dos pedetistas, a situação da bancada já virou motivo de comentários e até piadas entre vereadores. “Sejamos minimamente realistas. Com 18 vereadores, não tem menor condição. Se eleger sete, é muito”, disse Alípio Rodrigues (PTN).
“O cara que entrou no PDT já assinou a ficha de filiação com um agente funerário do lado tirando as medidas do paletó e do caixão”, disse outro vereador da base aliada.
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