Já tendo perdido um de seus principais ministros com a “tríade” de gravações de Machado, Michel Temer (PMDB) tem agora mais dois líderes influentes de seu partido no centro do escândalo. Como as conversas reforçam tese de articulação para barrar o avanço de investigações, aumentam pressões da sociedade e da Justiça sobre o governo interino do PMDB.
Na gravação envolvendo o presidente do Senado, Renan sugere a Machado uma mudança na legislação para impedir que presos se tornem delatores - procedimento central usado na Lava Jato. O peemedebista afirma ainda que, após esse ponto, poderia “negociar” com ministros do STF a “transição” de Dilma Rousseff (PT), hoje afastada.
Já José Sarney aparece prometendo ajudar, “sem meter advogado no meio”, Machado a evitar que seu caso fosse transferido para o juiz federal Sérgio Moro, no Paraná. Afirma que a oposição no Congresso estava resistindo à ideia de apoiar uma transição com Michel Temer na Presidência da República e que um apoio só foi aceito após “certas condições”, as quais ele não detalhou.
Sarney disse que teve uma conversa com Temer e que “tudo isso está na cabeça dele, tudo isso ele já sabe”.
Delação homologada
Na terça-feira, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou delação premiada de Sérgio Machado. O cearense é acusado de ser operador de Renan em desvios na Petrobras. Agora, a Procuradoria-Geral da República pode usar a fala para pedir abertura de novos inquéritos, além de remeter casos sem foro privilegiado para o juiz Sérgio Moro.
A delação de Machado veio a público após a Folha de S.Paulo revelar nesta segunda que ele gravou conversas com peemedebistas para negociar a colaboração. Os áudios divulgados pela reportagem provocaram a primeira crise do governo Temer, levando a saída do senador Romero Jucá (PMDB-RR) do Ministério do Planejamento. Jucá apareceu defendendo um pacto para deter a Lava Jato.
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