sexta-feira, 8 de abril de 2016

Dobra o número de policiais mortos no Ceará em 2016

Alisson Paulinelly Medeiros Mendonça faria 29 anos no próximo dia 16. Há três anos, ele ingressou na Polícia Civil do Estado do Ceará. Na última quarta-feira, 6, Alisson estava com a noiva na avenida Desembargador Gonzaga, na Cidade dos Funcionários, quando reagiu a um assalto, matou um dos suspeitos e foi ferido a bala, sendo encaminhado ao hospital da Unimed com um tiro no peito. Horas depois, veio a informação da morte do policial.
A notícia foi recebida pela Polícia Civil com muita tristeza, tendo em vista que, ontem, mais de mil pessoas participaram do cortejo que começou na Cidade dos Funcionários e terminou no Cemitério Jardim Metropolitano, onde foi sepultado o agente da segurança pública. As informações são do presidente do Sindicato da Polícia Civil (Sinpol), Gustavo Simplicio.
Com o óbito do inspetor, o número de policiais mortos no Ceará em 2016 dobra em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a seis os casos. No mês de março, a Ordem dos Policiais do Brasil (OPB) divulgou que o Ceará está em 4º lugar no País, atrás de São Paulo (1º), Rio de Janeiro (2º) e Paraná (3º). No entanto, se for contabilizado o caso de Alisson, o número se iguala ao Paraná e o Ceará passaria a 3º lugar, tendo em vista que o estado na região Sul não registrou mais casos.
“Para nós é uma dor enorme. Ele era um policial operacional, combativo e também participava da parte sindical, das assembleias”, lembra Simplicio. Ele reclama da falta de prestígio com que a Polícia é tratada pela sociedade e pelo próprio Estado. “Enquanto isso, as forças de Segurança são tratadas com desdém. Diferente dos Estados Unidos, em que a Polícia é respeitada, aqui, quando se tem situações envolvendo policiais, a gente vê os órgãos montando força-tarefa para trabalhar nessas situações, mas não vemos essa vontade política para as nossas causas”, argumentou Simplicio. 

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