Após ser citado por executivos da Andrade Gutierrez como recebedor de propina no esquema das obras da usina nuclear de Angra 3, o superintendente de Construção da Eletronuclear, José Eduardo Costa Mattos, foi afastado do cargo. As menções a Costa Mattos surgiram em audiência ocorrida no dia 15 de abril, no Rio de Janeiro, e se repetiram na última segunda-feira, 25. O caso é apurado pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, após ter sido desmembrado da Lava Jato.
Nas duas ocasiões, foram colhidos depoimentos de executivos da empreiteira que firmaram acordo de delação premiada. Além de Costa Mattos, foram citados o superintendente de Gerenciamento de Empreendimentos, Luiz Messias, e o diretor-técnico Luiz Soares.
No dia 15 de abril, os nomes dos três executivos da Eletronuclear ainda constavam na página da estatal entre os "principais gestores". A área tocada por eles é justamente a que cuida das obras de Angra 3. Na segunda-feira, 25, contudo, seus nomes haviam desaparecido, dando lugar a um diretor e um superintendente interinos. Procurada, a Eletrobras não quis comentar.
Segundo o depoimento de Gustavo Botelho, ex-funcionário da Andrade Gutierrez, Luiz Messias recebia R$ 50 mil em espécie em encontros, que ocorreram "três ou quatro vezes" na cidade do Rio de Janeiro. Costa Mattos, por sua vez, recebeu pacotes que tinham entre R$ 50 mil e R$ 75 mil por duas vezes.
Já o diretor Luiz Soares recebeu propina por meio de contratos de fachada com a empresa Flex System. Ao todo, os diretores recebiam o equivalente a 1% do contrato de Angra 3, de acordo com o depoimento de Clovis Peixoto Primo, ex-funcionário da Andrade.
O Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, apurou que os diretores não foram procurados pela Justiça para esclarecimentos e ficaram sabendo das menções a seus nomes pela imprensa.
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