domingo, 21 de fevereiro de 2016

DEFESA DO IMPEACHMENT

Dilma tem pressa para escolher novo nome da AGU

O atual advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, havia avisado que deixará a função no dia 29 de fevereiro

00:00 · 21.02.2016
A presidente chegou a solicitar a Luís Inácio Adams que ficasse no cargo até abril, mas o pedido não demoveu o ministro ( FOTO: PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA )
Brasília. A presidente Dilma Rousseff pretende definir, ainda nos próximos dias, o substituto de Luís Inácio Adams no comando da Advocacia-Geral da União (AGU), nome que participará da elaboração da defesa da petista no processo de impeachment que tramita no Congresso.
Em janeiro, o ministro responsável por defender o governo federal no julgamento sobre as chamadas "pedaladas fiscais", que embasam o pedido de afastamento da petista, avisou que deixará o posto em 29 de fevereiro. A presidente chegou a solicitar a Adams que ficasse no cargo até abril, quando o Palácio do Planalto acredita que o processo de impedimento terá um desfecho na Câmara dos Deputados.
O pedido, no entanto, não demoveu o ministro, que se reunirá nesta semana com a presidente para discutir possíveis nomes para sua sucessão no cargo.
Na lista analisada pela presidente Dilma, dois nomes têm sido apontados como favoritos: o do ex-secretário-executivo do Ministério da Previdência, Marcelo Siqueira, que tem o apoio de Adams, e também o do procurador-geral do Banco Central, Isaac Menezes Ferreira.
O último nome tem ganhado força nos últimos dias entre ministros e auxiliares da petista. No início do ano passado, ele chegou a ser convocado pelo Planalto para defender a gestão da presidente em relação às "pedaladas" e é um crítico do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), inimigo declarado do Palácio do Planalto.
Em entrevista ao jornal "Valor Econômico" publicada na última terça-feira (16), Isaac Ferreira acusou o peemedebista de ter atuado com "abuso de autoridade" e afirmou que o País sofreu uma espécie de sequestro. Ele participou, ainda, de investigação que demonstrou a omissão pelo presidente da Câmara de contas no exterior.
Resistência
Além deles, a presidente está avaliando os nomes do coordenador jurídico da última campanha da petista, Flávio Caetano, responsável pela defesa de Dilma em processo de cassação na Justiça Eleitoral, e também do subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil, Jorge Messias.
Segundo ministros e auxiliares, contudo, Dilma Rousseff tem demonstrado resistência em indicar qualquer um dos dois, já que considera que ambos têm tido um bom desempenho em suas atuais funções, que são consideradas estratégicas para o governo federal.
Nome considerado desde o ano passado favorito para o comando da AGU, o secretário nacional de Justiça, Beto Vasconcelos, não saiu do radar da presidente, mas tornou-se, de acordo com assessores e auxiliares, uma "alternativa pouco viável".
O ex-chefe de gabinete da presidente Dilma Rousseff foi escalado para comandar uma espécie de "supersecretaria" no Ministério da Justiça, a qual englobará as atribuições da Secretaria de Reforma do Judiciário.

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