quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

O que a nota BB+ tem a ver com sua vida

Aumenta a sensação de risco em investir no Brasil. Esse é o significado, em linhas gerais, do rebaixamento do País de “grau de investimento” (BBB-) para a primeira etapa de “grau especulativo” (BB+) pela agência de classificação de risco Fitch. Em outras palavras, o Brasil perdeu o selo de “bom pagador”. O comunicado foi feito ontem, pouco mais de um mês depois de a agência Standard & Poor’s também ter rebaixado o País. Mas qual a consequência disso para o cotidiano do brasileiro? 
Alguns produtos podem ficar mais caros depois da decisão. As taxas de juros também podem ficar mais altas. É que está mais arriscado investir no País. A princípio isso reduz a quantidade de dólar entrando por aqui. Com menos oferta de moeda estrangeira e mantendo-se a mesma demanda de importação de produtos, o dólar fica mais caro. Isso resulta em alta da inflação, que precisa de juros mais altos para ser combatida, conforme analisa o economista Célio Fernando Bezerra.

“É uma reação em cadeia. O possível aumento da taxa de juros significaria o Governo tentando combater a inflação dos importados. Contra a alta do dólar, o Brasil pode continuar fazendo operação de swap (venda de dólares no mercado futuro)”. A maior parte dos efeitos é de curto e médio prazos.

Célio ressalta que dólar mais alto poderia ser uma oportunidade para o desenvolvimento da indústria nacional. Mas adverte ser necessário ter tecnologia, inovação e mão de obra qualificada, três pontos em que o Brasil ainda patina. “Só pela moeda, não resolveria esse ponto do desenvolvimento da indústria. Teria efeito positivo no primeiro instante, mas depois esbarraria nas limitações. (O Brasil) teve a chance há alguns anos de resolver problemas estruturais pelo amor. Agora, vai resolver pela dor”.

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