O governador Camilo Santana (PT) referendou, ontem, a escolha do promotor Plácido Rios como novo procurador-geral de Justiça do Estado. O novo gestor do Ministério Público do Ceará (MPCE) assume a instituição em grave situação financeira. Em entrevista ao O POVO, ele ressaltou que a “prioridade absoluta” do biênio 2016-2017 para o qual foi eleito será o combate à corrupção, às organizações criminosas e à sonegação fiscal.
Rios foi mais votado em lista tríplice do MPCE em eleições realizadas no último dia 4. O novo procurador substitui Ricardo Machado, que comanda a instituição desde 2011 até o final 2015. A posse está marcada para 4 de janeiro. Também compuseram a lista tríplice o promotor João de Deus Duarte da Rocha e a procuradora de Justiça Maria Neves Feitosa.
“Vamos fortalecer os órgãos de inteligência, como Gaeco (Grupo de Apoio Especial e Combate ao Crime Organizado) e Procap (Procuradoria de Crimes Contra a Administração Pública) e vamos focar a administração no combate à corrupção e às organizações criminosas. Temos também um problema sério que é o crime de sonegação fiscal”, ressaltou Rios.
O MPCE também vai atuar em parceria com o Governo do Estado e o Poder Judiciário no combate aos índices de homicídios no Ceará. Segundo Rios, em reunião com o governador, foi definido projeto para aumentar os níveis de resolutividade dos crimes no Estado. A meta é mostrar resultado em até seis meses.
Crise financeira
“De acordo com o novo procurador-geral, o MPCE sofreu corte de cerca de R$ 58 milhões para o orçamento de 2016. Em 2015, a instituição também sofreu com a falta de verba, após corte de quase R$ 71 milhões.
“Estamos com o órgão numa dificuldade tremenda. Não temos nenhum prédio próprio da instituição. Tivemos uma corte de 58 milhões, principalmente no que diz respeito aos investimentos. Dissemos isso claramente ao governador”, afirmou Plácido. O novo procurador já se reuniu com Camilo Santana por duas ocasiões.
A expectativa de avanços para o próximo ano é o convênio com o Ministério da Justiça para que o MPCE receba um laboratório especializado na investigação ao crime de lavagem de dinheiro. O projeto foi iniciado pelo atual procurador-geral, Ricardo Machado. O sistema é o mesmo utilizado nas investigações da Operação Lava Jato e não deve ter impacto financeiro elevado, segundo Plácido.
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