sábado, 28 de novembro de 2015

Andrade Gutierrez vai confessar suborno em obras da Copa e pagar R$ 1 bilhão

A empreiteira Andrade Gutierrez acertou acordo de delação e leniência com a Procuradoria-Geral da República e, além de pagar a maior multa da Operação Lava Jato, de cerca de R$ 1 bilhão, vai relatar que pagou propina em obras da Copa do Mundo, da Petrobras, da usina nuclear Angra 3 e na ferrovia Norte-Sul. A informação é do site da Folha de S. Paulo.

O presidente afastado da empresa, Otávio Marques de Azevedo, o executivo Elton Negrão de Azevedo Júnior e o ex-executivo Flávio David Barra foram transferidos em definitivo, nesta sexta-feira, 27, do Complexo Médico Penal, em Pinhais (PR), para a carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, por razões de segurança. Os três são réus em ações penais oriundas da Operação Lava Jato
A maior indenização paga na Lava Jato,até agora, foi a da empreiteira Camargo Corrêa, no valor de R$ 700 milhões. A empresa também fez acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), que trata de questões concorrenciais, e acertou pagamento de multa de R$ 104 milhões. 

Andrade e a empreiteira Odebrecht são acusadas de terem pago R$ 632 milhões de suborno em contrato com a Petrobras. O objetivo era subornar agentes públicos para que não houve obstáculos aos contratos.

Benefício
O acordo trará benefícios para a empresa e para os executivos. Dessa forma, ela evita que o governo proíba o grupo de celebrar novos contratos por ser considerado inidôneo. A verba da Andrade é proveniente principalmente de contratos com o poder público.

Segundo a Folha, os executivos da Andrade vão complementar os relatos de suborno de outros delatores da Lava Jato, como o ex-diretor Paulo Roberto Costa.

O grupo foi responsável pelas obras dos estádios do Maracanã, no Rio de Janeiro; Mané Garrincha, em Brasília; Beira-Rio, em Porto Alegre; e Arena Amazonas, em Manaus. A Andrade também foi contratada para tocar obras grandiosas da Petrobras, como o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro. 

Delação
O acordo de delação, costurado pelo advogado Celso Vilardi, terá de ser homologado pelo juiz Sérgio Moro, por causa dos relatos de crimes na Petrobras, e pelo ministro Teori Zavascki, porque já menção a políticos que receberam propina e eles só podem ser julgados pela instância máxima da Justiça.

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