PROCESSO CONTRA CUNHA
Cassação deverá ser julgada até o fim do ano
O anúncio foi feito ontem pelo presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA)
00:00 · 15.10.2015
Brasília. O presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), previu, ontem, que o processo de cassação do mandato do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve ser julgado pelo colegiado até o fim deste ano. O parlamentar também entregou à Mesa Diretora o pedido protocolado na última terça-feira pelo PSOL e Rede, pedindo a cassação de Cunha por quebra de decoro parlamentar.
"Acho que está mais propenso a acabar este ano. Porque é um processo que a sociedade reclama, nós todos queremos (a apuração) e o Conselho de Ética não quer ficar com esse problema na mão", afirmou o deputado em entrevista à imprensa. Araújo explicou que, após receber o requerimento, a Mesa Diretora terá até três sessões plenárias para protocolar e numerar o pedido e, em seguida, enviá-lo de volta para o Conselho de Ética.
Segundo o deputado, a Mesa deverá devolver o processo para o conselho no dia 27 de outubro. Ele disse que convocará reunião do conselho para a terça-feira seguinte, 3 de novembro. Nessa sessão, serão sorteados três deputados conselheiros, entre os quais o presidente do colegiado escolherá o relator do processo.
Negociação com o governo
Nos últimos dias, Cunha iniciou uma negociação com o Planalto e com lideranças do governo na Câmara para tentar salvar seu mandato. Em troca, ele se comprometeria a não dar o pontapé inicial em um processo de impeachment contra Dilma Rousseff.
As conversas de bastidor giram em torno principalmente de dois pontos. O primeiro deles é a garantia, pelo governo e pelo PT, de que não irá prosperar, a ponto de chegar ao plenário da Câmara, o pedido de cassação feito pelo PSOL e pela Rede.
O conselho tem 21 integrantes, sendo nove do bloco comandado pelo PMDB. Somados os sete do bloco liderado pelo PT, chegaria-se a uma ampla maioria, com 16, mais do que suficiente para barrar a investigação contra o presidente da Câmara.
O segundo ponto das conversas entre governistas e Cunha gira em torno da saída do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), apontado pelo peemedebista como responsável pelos vazamentos de informações sobre as investigações contra ele. Cunha pede que o vice-presidente Michel Temer assuma o ministério, mas Dilma ainda resiste.
O presidente da Câmara é acusado de integrar o esquema de corrupção da Petrobras, com a suspeita de ter recebido dinheiro de propina em contas secretas dele e de familiares na Suíça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário