INVESTIGAÇÕES
Fortaleza na rota do tráfico internacional de drogas
Ações de combate ao narcotráfico resultaram em 69 prisões. Mais de uma tonelada de drogas já foram apreendidas
00:00 · 19.10.2015
O caminho percorrido para entrar com drogas no Ceará supera fronteiras e passa por meios terrestres, marítimos e até aéreos, como no caso do Aeroporto Internacional Pinto Martins, que se tornou, nos últimos anos, uma das portas do narcotráfico. Em repressão à atividade, a Polícia Federal (PF) tem fechado o cerco às quadrilhas e como resultado já efetuou 57 prisões por tráfico internacional e interestadual de entorpecentes no terminal aeroviário, em menos de três anos.
De acordo com o titular da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), delegado federal Erisvaldo Graça Souza, os nove primeiros meses de 2015 tiveram um aumento considerável nos flagrantes. Foram 32 traficantes presos no período. É um acréscimo de 190% em relação aos casos do ano passado, e de 128% se comparado com 2013, quando foram feitas 11 e 14 prisões, respectivamente.
Nestes três anos, também foram apreendidos quase 300 quilos de drogas pela PF. A substância mais capturada nas fiscalizações é a cocaína, originária do Peru, Bolívia e Colômbia. Os federais também apreenderam uma quantidade considerável de 'skunk', uma espécie de supermaconha, vinda do Amazonas.
Erisvaldo Graça avalia que as quadrilhas têm percebido grande potencial de consumo no Ceará. Com isso, a ação criminosa teria se intensificado. "O Brasil é considerado o segundo país que mais consome cocaína. Como Fortaleza é uma das grandes cidades, os traficantes tentam encontrar formas de entrar com as drogas e explorar esse mercado. Um desses caminhos seria o aeroporto, mesmo com toda a fiscalização dos voos", afirmou.
Negócio lucrativo
O titular da DRE revela que a maioria dos presos no aeroporto de Fortaleza são "mulas" - pessoas pagas para transportar a droga. Para realizar o transporte sem serem pegos, os criminosos escondem o material em fundos falsos de malas ou no corpo. Os atravessadores recebem cerca de R$ 10 mil para transportar, em média, cinco quilos de entorpecentes por viagem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário