Para o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, a ocupação da Universidade Federal do Ceará (UFC),na última terça-feira, 2, que resultou em pichações e depredações, afeta diretamente as verbas para a Educação, principal reivindicação dos estudantes. "Eu não vejo como positivas essas ações agressivas. De qualquer forma, quando você invade um prédio público e faz algum dano, isso tem um custo", ressaltou, durante entrevista para a Rádio O POVO CBN nesta quarta-feira,3. O ministro ainda não sabia sobre a ocupação da universidade.
Questionado sobre o corte de R$ 9 bilhões feito na área da Educação, que teria afetado as universidades federais, Renato Janine explicou que o Brasil vive uma crise, que impactou na queda de receita de todos os órgãos do governo. "Essa crise não foi da vontade de nenhum gestor, mas todos estão lidando com as consequências disso", afirmou. Conforme ele, "é preciso ter calma", porque as dificuldades econômicas vividas pelos brasileiros têm solução. "Estamos vivendo um momento ruim, mas depois de 30 anos consistentes de democracia e 12 anos de expansão econômica com inclusão social em escala. Não podemos, em um ano e meio, colocar tudo isso em xeque", acrescentou.
REORGANIZAÇÃO CURRICULAR
Um mês após o lançamento do site Dialoga Brasil, que pretende receber sugestões para as áreas de educação, saúde, segurança pública e redução da pobreza, a proposta mais recebida é sobre o ensino brasileiro, com 45% das sugestões feitas. A principal solicitação ao Ministério da Educação (MEC) é sobre a reorganização curricular do Ensino Médio. "Precisamos rever, dar mais flexibilidade à escolha das disciplinas pelos alunos para que eles possam se aprofundar nas suas preferências", destacou o ministro.
ÉTICA E POLÍTICA
Fornecer conhecimentos sobre Política, Direito, Economia, Cidadania e Ética na escola também está entre as propostas recebidas pelo site. O ministro analisou que, muitas vezes, as pessoas elogiam o modelo de ética vivido pelo Brasil anos atrás, comparando-o com os escândalos sobre a corrupção política atual. "As pessoas podiam até ser honestas com a gestão pública, mas geralmente eram preconceituosas em relação a negros, pobres e mulheres. Temos que pensar hoje em ética que inclua todo mundo", avaliou.
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