OPERAÇÃO LAVA-JATO
PF indicia Dirceu, Vaccari e mais 12 investigados
O ex-ministro de Lula foi indiciado por formação de quadrilha, falsidade ideológica, corrupção e lavagem de dinheiro
00:00 · 02.09.2015 / atualizado às 00:04
Curitiba A Polícia Federal (PF) indiciou, ontem, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (Governo Lula), o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e outros 12 investigados na Operação Pixuleco, desdobramento da Lava-Jato. A PF imputa a Dirceu os crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Já Vaccari foi indiciado por formação de quadrilha, falsidade ideológica, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Segundo o relatório da PF, Dirceu constituiu a empresa JD Consultoria e Assessoria, "pessoa jurídica que canalizou parte dos valores ilícitos, assim como parte fora repassada em espécie por 'operadores'". "Figuraram no quadro societário da JD Luis Eduardo de Oliveira e Silva, irmão de José Dirceu, e Julio Cesar dos Santos, 'laranja' do mesmo, utilizado para ocultação de patrimônio", aponta a Polícia.
A PF sustenta que laudo econômico-financeiro apontou que a JD movimentou valores que superam R$ 34 milhões entre 2009 e 2014. "Frise-se que esse período abrange o período em que seu sócio José Dirceu respondia à ação penal 470 (mensalão), período este em que foi julgado e condenado, tendo sido inclusive preso e iniciado o cumprimento de pena", observou o delegado Márcio Adriano Anselmo, da força-tarefa da Lava-Jato e que subscreve o documento de 152 páginas.
A investigação da Polícia Federal, no entanto, indica que o esquema de corrupção atribuído ao ex-ministro da Casa Civil movimentou mais de R$ 59 milhões em propinas. A PF estima que o valor pode ultrapassar os R$ 84 milhões.
"Esta fase da operação se concentrou na investigação de pagadores e recebedores de vantagens indevidas oriundas de contratos com o Poder Público, alcançando beneficiários finais e 'laranjas' utilizados nas transações", destaca a PF.
De acordo com o relatório da PF, o ex-ministro "capitaneava quadrilha" e não perdeu influência mesmo depois de deixar a cadeira de ministro mais poderoso do governo Lula, em 2005, no auge do escândalo do mensalão.
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