DECLARAÇÃO
Postura de Temer é alvo de críticas
00:00 · 05.09.2015
Brasília. O governo e alguns setores do PMDB, inclusive aliados, reprovaram ontem o tom usado pelo vice-presidente Michel Temer ao declarar que, com a baixíssima popularidade, seria difícil para a presidente Dilma Rousseff concluir o mandato.
Temer se reuniu com empresários de São Paulo na quinta-feira e afirmou que Dilma não "é de renunciar", mas asseverou que "é preciso melhorar o que está aí". Apesar da consciência do paulatino afastamento do vice nas últimas semanas, integrantes do Palácio do Planalto disseram que não esperavam uma linha pública de tão claro distanciamento usando frases como "ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo. (...) Se continuar assim, eu vou dizer a você, 7%, 8% de popularidade, de fato, fica difícil".
O peemedebista declarou, ainda, que "se a chapa for cassada (pelo Tribunal Superior Eleitoral) eu vou para casa feliz. Ela vai para casa... Não sei se feliz".
Até mesmo congressistas do partido que atuam em sintonia com o vice afirmaram, em caráter reservado, que Temer "caiu numa armadilha" ao participar de um evento organizado por movimento que defende o impeachment da petista, o "Acorda, Brasil". É quase unânime no PMDB o desejo de rompimento com o Palácio do Planalto, mas os principais dirigentes da legenda defendem que o desembarque seja calculado.
Vice-presidente do PMDB, o senador Romero Jucá (RR), afirmou que Michel Temer fez uma avaliação verdadeira, feita por todos sobre a continuidade do governo de Dilma. "O presidente Michel respondeu a uma pergunta e falou a verdade. Ele fez um diagnóstico e esse diagnóstico que ele fez é que todo economista está fazendo. É o que todos os setores responsáveis estão fazendo", afirmou.
Amigos do vice tentaram explicar as frases, dizendo que ele foi "infeliz", mas "não conspirador", como veem petistas.
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