quarta-feira, 30 de setembro de 2015

CEARÁ E RIO GRANDE DO NORTE

PF prende empresários do tráfico internacional de drogas

Durante a 'Operação Cardume', 26 pessoas foram detidas. O bando movimentava R$ 6 milhões por mês

00:00 · 30.09.2015 por Márcia Feitosa - Repórter
Delegados da Polícia Federal, responsáveis pelo caso, deram detalhes da operação. Os presos foram levados para a sede da PF, em Fortaleza ( Fotos: Natinho Rodrigues )
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Vinte e seis integrantes da maior quadrilha de tráfico internacional de drogas com atuação no Estado, atualmente, foram presos, na manhã de ontem, pela Polícia Federal (PF), no Ceará e Rio Grande do Norte. A 'Operação Cardume' foi deflagrada em outros sete Estados onde a organização, comandada por dois empresários, tinha articulações. Segundo Janderlyer de Lima, titular da Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Decor), desta vez a ação atacou a raiz do bando que movimentava cerca de R$ 6 milhões por mês.
A operação aconteceu no Ceará, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Foram expedidos 15 mandados de prisões preventivas, 13 de prisões temporárias, 22 de condução coercitiva e 54 de busca e apreensão, além de sequestro de bens móveis e imóveis e bloqueio de 118 contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas.
No Ceará aconteceram 21 prisões. Dentre elas, a do homem apontado pela PF como responsável pelo esquema criminoso aqui. Cícero de Brito é empresário no ramo da construção civil e era um dos principais alvos da operação. Além dele, o outro pilar da organização seria o empresário potiguar George Gustavo da Silva, preso em Natal.
As investigações começaram em outubro de 2013. Na época, a pessoa que a Polícia acreditava ser o chefe do tráfico, era na verdade um subalterno dos dois empresários. No entanto, Lindoberto Silva de Castro, acabou dando nome à ação policial. "Ele usava uma empresa de piscicultura para lavar dinheiro, por isso acabou nomeando a 'Operação Cardume'. Com o aprofundamento das investigações vimos que ele não era tão grande assim", afirmou Jarderlyer Lima.
Teia criminosa
A cocaína negociada pelo bando vinha da Bolívia e a maconha do Paraguai. Aqui dentro do Brasil havia uma teia montada para a movimentação do dinheiro e da droga. "A cocaína saía da Bolívia em aviões de pequeno porte para o Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul. Lá entrava em ação o núcleo de logística, que enviava a droga para o Ceará e Rio Grande do Norte, em caminhões. Os entorpecentes vinham para cá acondicionados nos tanques de combustível e até nos eixos dos veículos. Daqui, a droga era enviada para a Europa, principalmente para Portugal e Itália. Enquanto isso, um outro núcleo, que agia em São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, era responsável pela lavagem do dinheiro. Parte dos lucros era lavada no Uruguai, que é uma espécie de paraíso fiscal na América Latina", disse Lima.

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