PERFIL DOS PARLAMENTARES
Lideranças entravam debate no Congresso
A opinião de deputados federais é que a resposta para a crise política não sairá das cadeiras do Congresso
00:00 · 31.08.2015 por Alan Barros - Repórter
Deputados que integram a bancada cearense na Câmara Federal reforçam a avaliação do senador Cristovam Buarque (PDT) feita em entrevista ao Diário do Nordeste de que há limitações no Congresso Nacional quanto à capacidade de apontar saídas para a crise que atinge o País. Embora a maioria enxergue que a culpa não é do Legislativo, outros parlamentares foram duros ao acusar queda na qualidade dos debates e no interesse em buscar a recuperação deste cenário.
O deputado Chico Lopes (PCdoB) ressalta que, há algum tempo, o debate deu lugar apenas ao confronto eleitoral. O parlamentar diz que tanto os integrantes da base aliada ao governo Dilma Rousseff quanto a oposição repetem os discursos e pouco conseguem se aprofundar nas discussões travadas durante as sessões no Congresso Nacional.
"Não existe debate, existe confronto. Se assistirmos três sessões numa mesma semana, vamos perceber que a oposição sempre apresenta o mesmo discurso. É sempre assim. Da mesma forma acontece com os parlamentares que defendem o Governo Federal, pois eles também repetem os discursos. A qualidade do debate caiu muito. Portanto, Cristovam (Buarque) reflete o que vem acontecendo na Câmara e no Senado", pontua.
Chico Lopes é ainda mais enfático ao afirmar não ser possível confiar no Congresso para encontrar soluções que enfrentem de fato os efeitos da crise. "Não acredito que a gente saia dessa crise via Congresso. Se não tiver participação dos segmentos produtivos, segmentos populares, não dá. Os grandes projetos, para serem aprovados, é um Deus nos acuda", frisa.
O parlamentar alega que a nova legislatura não representa renovação de ideias e, consequentemente, cria mais obstáculos ao ambiente. Para Chico Lopes, o Congresso é movido de acordo com anseios da próxima eleição e pouco incentivado a pensar projetos para a nação. "Não teve renovação de ideias, de propostas. Não estamos preocupados em pensar projetos para a nação. Não se chega a entendimento, não se faz um acordo. A CPIs estão sendo politizadas muito mais do que o necessário", lista.
Negociação
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