DESAQUECIMENTO
RMF: desemprego fica estável pelo 4º mês consecutivo
Indicador atingiu os 8% no mês de julho, menor taxa dentre as seis regiões metropolitanas que participam da PED
00:00 · 27.08.2015 por Murilo Viana - Repórter
Mesmo diante da crise econômica do País, a taxa de desemprego na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) vem resistindo. O indicador ficou relativamente estável pelo quarto mês consecutivo em julho, atingindo 8%, frente aos 7,9% registrados em junho. A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) também mostram que a RMF se manteve com a menor taxa pelo segundo mês consecutivo dentre as seis regiões metropolitanas que participam do levantamento.
A pesquisa foi divulgada ontem, na sede da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS). Outras quatro regiões apresentaram crescimento nos índices, com destaque para Salvador, que registrou a maior taxa (19%), e Porto Alegre, que neste ano vinha apresentando taxas próximas ou menores em relação à RMF, mas em julho atingiu 9,4%.
Em julho, o contingente de desempregados da RMF passou para 148 mil pessoas, 2 mil a mais que em junho. Entretanto, a elevação foi ocasionada pelo ingresso de 2 mil pessoas no mercado de trabalho, pois a estimativa do número de ocupados (1,6 milhão) se manteve a mesma de junho. A taxa de participação (proporção de pessoas de 10 anos ou mais incorporadas ao mercado como ocupadas ou desempregadas) não variou entre os dois meses (56,4%).
Isso mostra que o mercado de trabalho está desaquecido. De um modo geral, não se está gerando postos, e a procura por emprego também vem sendo desestimulada, pois a crise tem acentuando a precarização das condições de trabalho. "Na medida em que você tem algum amparo, seja familiar, de programas sociais ou de aposentadoria, você se mantém naquela situação", explica o coordenador de estudos e análise de mercado do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), Erle Mesquita.
Taxa pode aumentar
Apesar da estabilidade na taxa de desemprego da RMF, "se a economia não voltar a gerar postos e as pessoas retomarem a procura, nós vamos ter um segundo semestre com crescimento de desemprego", alerta o analista de mercado do IDT, Mardônio Costa.
Na análise dos setores econômicos, houve entre junho e julho crescimento de 5% (7 mil a mais) na quantidade de postos de trabalho na construção e aumento de 1,8% (+5 mil) na indústria de transformação . Entretanto, os resultados foram contrabalançados pelas quedas de 1,4% (-6 mil) no comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas; e de 0,6% (-5 mil) no setor de serviços.
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