terça-feira, 14 de julho de 2015

Instituto federal no Ceará pede liberação de verbas retidas pelo MEC
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O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) solicitou ao Ministério da Educação (MEC) a liberação das verbas contingenciadas por determinação do governo federal. De acordo com o pró-reitor de Administração e Planejamento, Tássio Lofti, a instituição dispõe desde sexta-feira (10) de cerca de 75% dos orçamentos retidos, destinados ao custeio dos campi e à assistência estudantil, que serão repassados às unidades nesta semana.
Na última quarta-feira (8), estudantes do campus de Canindé, a 118 quilômetros de Fortaleza, fizeram manifestação contra a retenção das verbas. O grupo fechou o acesso da BR-020 à cidade por cerca de três horas. Segundo lideranças do movimento, o ato reuniu cerca de 100 pessoas, mas a Polícia Rodoviária Federal (PRF) contabilizou apenas 50.
Com cerca de 20 mil alunos matriculados nos 27 campi, o IFCE tem orçamento de custos essenciais, como energia elétrica, internet e limpeza, estimados em R$ 52 milhões, e a verba destinada à assistência estudantil é da ordem de R$ 18 milhões. Desses valores, foram contingenciados 37% e 30%, respectivamente.
Segundo o estudante IFCE de Canindé, Lafaete Moreira, a ausência desses valores afeta os estudantes que precisam de auxílio para transporte ou moradia, por exemplo. O último edital de seleção de estudantes para receber os auxílios no campus foi apenas para cadastro de reserva. O auxílio-formação, destinado ao desenvolvimento de projetos na área de atuação dos estudantes, e as visitas técnicas de cursos, como o de Turismo, também foram afetados, segundo ele.
“Nós entendemos que existe uma política de repasse do recurso da educação para instituições privadas. Nós não somos contra programas como o Fies [Financiamento Estudantil]. Somos a favor de que exista uma reparação do déficit de vagas na educação superior", enfatizou Lafaete. A luta dos estudantes, acrescentou, é em prol da educação, mas contra a política de ajuste fiscal na educação. Eles querem, por exemplo, que a verba seja 100% liberada e os orçamentos dos institutos federais repensados, pois "ainda são muito aquém em relação às universidades federais”, declarou.

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