sexta-feira, 10 de julho de 2015

Energias renováveis são o futuro no Ceará
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O Centro Industrial do Ceará (CIC), importante braço que visa promover o desenvolvimento do setor no Estado, promoveu ontem, um amplo debate sobre as energias renováveis – especialmente eólica e solar –, como solução para os problemas de aumento de custos e as inúmeras oportunidades que devem surgir nos próximos anos. O evento ocorreu na cobertura da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e foi coordenado pelo presidente do CIC, José Dias de Vasconcelos Filho. O consultor e especialista em energia da Fiec, Jurandir Picanço, apresentou a palestra “Oportunidades no mercado de energias renováveis”, chamando a atenção dos empresários, principalmente, para a elevada carga tributária que incide sobre a energia elétrica no Brasil, uma das mais caras do mundo; empréstimos às concessionárias; além das amplas condições do Ceará em tornar-se um dos maiores produtores de energia limpa do mundo.
Inicialmente foi apresentado um vídeo mostrando que um dos principais impactos para o alto custo da energia elétrica, no Brasil, é devido aos constantes atrasos em obras do setor, como hidrelétricas e Angra 3, além do baixo índice de chuvas nos principais reservatórios, fazendo com que as todas as termelétricas (que deveriam operar apenas em situações emergenciais) fossem ligadas para atender à demanda. O problema é que, enquanto um megawatt/hora (MW/h) gerado numa hidrelétrica custa –  em média, R$ 120,00 –, nas térmicas este valor salta para R$ 800,00 ou mais. Por esse motivo, o Governo Federal gastou mais de R$ 64 bilhões do Tesouro Nacional e em empréstimos, para pagar a diferença de preço entre estes dois tipos de geração de eletricidade. No período eleitoral, os preços foram represados e, este ano, o aumento foi muito elevado.

Composição
Jurandir Picanço destacou que outro motivo de forte impacto no custo das tarifas de energia, deixando-as tão elevadas e distorcidas do mundo real, é a carga tributária. Ele demonstrou que são 12 encargos gerais (como ICMS e ISS), além de outros dez setoriais, específicos para o setor energético. “Este ano, a Aneel implantou as bandeiras tarifárias e aprovou o Reajuste Tarifário Extraordinário. O Brasil é, hoje, líder do ranking entre 27 países no custo da energia para a indústria, 11,2% acima da média dos demais”, disse. O especialista lembrou, ainda, que somente como efeito da utilização das bandeiras tarifárias o custo da energia teve uma elevação média, no Brasil, de 16,99%, além de 15,14% na baixa tensão e 22,25% na alta tensão. E quando esta análise é feita sobre os custos em território cearense, chegam a 40% médio, 31,99% na baixa e absurdos 60,82% na alta.

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