quinta-feira, 11 de junho de 2015

O papa Francisco ordenou ontem a criação de um tribunal para julgar os bispos acusados de encobrir casos de abusos sexuais cometidos por padres em suas paróquias ou que não garantiram proteção para as vítimas dos sacerdotes.

A instauração da corte é a mais importante medida tomada pelo Vaticano para responsabilizar líderes de dioceses. A impunidade dos clérigos era a principal crítica de associações de vítimas e ativistas de direitos humanos.

Em nota, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse que o tribunal foi sugerido pela comissão consultiva criada pelo Vaticano para avaliar os casos de pedofilia.

A nova seção judicial especial ficará dentro da Congregação para a Doutrina da Fé, que desde o ano passado avalia todos as acusações e casos de padres pedófilos.

Segundo o Vaticano, o plano para criar a corte foi apresentado nesta semana a Francisco pelo arcebispo de Boston, Sean O’Malley, que integra o grupo de oito cardeais que aconselham o pontífice.

Do grupo, o americano é o que tem mais conhecimento do assunto. Ele foi o sucessor do cardeal Bernard Law, que renunciou ao cargo em 2002 por encobrir abusos sexuais cometidos por padres da cidade durante os anos 1990.

Entidades de vítimas responsabilizam os religiosos acusados por mais de 100 mil abusos. Um ano depois de assumir, O’Malley determinou o pagamento de US$ 85 milhões em indenização.

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