domingo, 3 de maio de 2015

Ceará ganha prêmios pelos ODM

03.05.2015

Avançar em sistema comercial não discriminatório. Tratar de forma global a dívida dos países em desenvolvimento, além de executar estratégias que ofereçam aos jovens trabalho, fazem parte da 8ª ODM

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O Estado recebeu destaque nacional pelo sucesso de projetos e programas de ONGs
A Organização das Nações Unidas (ONU) sugeriu que os problemas mundiais fossem tratados globalmente em cooperação com governos, empresas e a sociedade civil para tornar disponíveis as novas tecnologias de informação e comunicação, além de garantir capacitação e emprego para os jovens. O oitavo e último Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que encerra esta série de reportagens, preconiza que todo o mundo deve trabalhar pelo desenvolvimento. O Brasil e o Ceará foram bem neste quesito.
O nosso Estado, inclusive, ganhou prêmios nacionais pelo sucesso em projetos e programas de Organizações Não-Governamentais (ONGs), como Jovem Empreendedor Rural, de Pentecoste; No Clima da Caatinga, de Fortaleza; Rede de Agricultores Agroecológicos, e Aprendendo com Arte, ambos da capital cearense, além do Transformando Vidas Através da Educação Integral, do Instituto de Educação Portal (IEP), do município de Pacajus. A Prefeitura de Maracanaú conquistou o galardão pela criação da Rede de Segurança Alimentar e Nutricional.
Benefícios
Juntas, as iniciativas beneficiaram de forma direta mais de 7,5 mil jovens, quase 100 comunidades, 600 famílias e receberam, com mérito, o Prêmio ODM Brasil, criado pelo governo brasileiro, em 2004, para incentivar e dar visibilidade a práticas de ONGs e gestões municipais que contribuam efetivamente para o alcance das metas. Apenas 30 projetos e sete prefeituras foram contemplados.
O programa do IEP, de Pacajus, se destaca por seu objetivo de concretizar ações conjuntas com organismos privados e públicos para o desenvolvimento de projetos na área de educação profissional de jovens, bem como a inserção no mercado de trabalho. A entidade qualifica 2 mil pessoas por ano. Desse total, 70% são contratados pelas empresas da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
"Ele é uma resposta às necessidades sociais e de qualificação profissional, sendo um conector de transformações sociais por meio da educação", afirma o presidente, Eduardo Figueiredo.
Desenvolvida pelo Instituto de Educação Portal (IEP), o Transformando Vidas também oferece qualificação profissional para mulheres vítimas da violência doméstica, em situação de prostituição e excluídas do mercado de trabalho. Desde a sua criação, em 2007, o programa beneficiou mais de 4 mil pessoas, sendo 125 delas com algum tipo de deficiência.
Mudanças
O agricultor familiar José Francisco de Sousa vive numa comunidade no Vale do Curu e conta como sua vida mudou depois que recebeu orientação do Centro de Estudos do Trabalho e Assessoria ao Trabalhador (Cetra), por meio da Rede de Agricultores Agroecológicos. "Aprendi a manejar melhor a terra, de forma que não a destrua, participo de feiras solidárias em Itapipoca, Trairi, Tururu e Apuiarés e estou satisfeito. Meus filhos estão na escola e quero realizar outros sonhos", afirma.
De modo geral, aponta o 5º e último relatório nacional de acompanhamento das ODM, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Brasil fortaleceu a cooperação internacional com países latino-americanos e africanos, firmou mais de 5 mil acordos. No âmbito interno, apoia empreendedorismo individual para pequenos empresários e o fortalecimento de cooperativas e de fóruns e espaços de participação social.
O especialista em relações internacionais Jorge de Barros destaca que o Brasil foi o principal articulador da criação dos 20 países mais desenvolvimentos, o chamado G-20, nas negociações de liberalização de comércio da Rodada de Doha da Organização Mundial de Comércio.
Segundo ele, em relação aos esforços internacionais para renegociar a dívida dos países pobres, de modo a permitir que resgatem sua trajetória de desenvolvimento com sustentabilidade, o Brasil firmou, entre 2010 e 2013, acordos com sete nações.
Brasil firmará novas metas para desenvolvimento
Se o Brasil conseguiu alcançar a maioria dos Objetivos do Milênio (ODM), agora terá pela frente novos desafios. Em setembro deste ano, o País irá participar de assembleia geral da Organização das Nações Unidas (ONU), onde serão pactuados 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que deverão ser cumpridos até 2030.
Eles envolvem temáticas diversificadas, como erradicação da pobreza, segurança alimentar e agricultura, saúde, educação, igualdade de gênero, redução das desigualdades, energia, água e saneamento, padrões sustentáveis de produção e de consumo, mudança do clima, cidades sustentáveis, proteção e uso sustentável dos oceanos e dos ecossistemas terrestres, crescimento econômico inclusivo, infraestrutura e industrialização, governança, e meios de implementação.
O assessor da Secretaria-Geral da Presidência da República e membro do Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade (MNCS), Ubirajara Augusto, adianta que, desde 2013, seguindo mandato da Conferência Rio+20, as Nações Unidas vêm discutindo um conjunto de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que deverão orientar as políticas nacionais e as atividades de cooperação internacional nos próximos 15 anos, sucedendo os ODM. "Desempenhamos papel fundamental na implementação dos ODM e temos mostrado grande empenho no processo em torno dos ODS, com representação nos diversos comitês criados para apoiar o processo em mais 15 anos", declara.
Segundo ele, a coordenação nacional em torno da Agenda Pós-2015 e dos ODS resultou no documento de "Elementos Orientadores da Posição Brasileira", elaborado a partir dos trabalhos de seminários com representantes da sociedade civil e de oficinas com representantes das entidades municipais.
Empenho

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