METAS DO MILÊNIO
Ceará possui a menor taxa de óbitos do NE
29.04.2015
A despeito do bom desempenho, 1,7 mil crianças até 1 ano de idade morreram no Estado em 2013. Fortaleza também se saiu bem, mas ainda tem desafios a suplantar
Um dos indicadores de desenvolvimento dos países está ligado diretamente a redução da Taxa de Mortalidade Infantil (TMI). No Brasil, esse número foi reduzido em 77% em pouco mais de 20 anos. Isso significa dizer que em 1990 o País tinha uma taxa de 58 mortes de crianças até o primeiro ano de vida por mil nascidos vivos. Em 2013, esse número foi para 13 óbitos pela mesma proporção.
Vale salientar que, reduzir a TMI é um dos oito Objetivos do Milênio para o Desenvolvimento, estabelecidos pela comunidade internacional em 2000 e cumprida tanto pela Brasil como pelo Ceará e Fortaleza.
No Ceará, a situação no início do acordo era de 26,7 por mil nascidos vivos, passando para 13,7, em 2013 e 11,9, em 2014 (números ainda sendo fechados). A capital cearense registrava TMI de 21,3. No ano passado, este dado caiu para 11,3.
As informações colocam o Estado em situação de realce em termos regionais. É o que detém a menor TMI no Nordeste. Pernambuco aparece em segundo lugar, com 14,1, e o Rio Grande do Norte, com 14,6.
Compromissos
De acordo com a titular da Secretaria de Saúde do Município (SMS), Socorro Martins, o desafio é chegar até 2016 com uma taxa menor que 10 por mil nascidos vivos. "O número ainda não consolidado do ano passado é de 10,7", aponta ela. Mesmo assim, Fortaleza contabilizou 388 mortes na faixa etária de até 12 meses em 2014. No Estado foram 1,7 mil em 2013.
A médica e especialista em programas do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef)/Ceará, Francisca Maria de Oliveira Andrade, o Brasil excedeu as expectativas sobre essa questão, entretanto, tem muito o que conquistar. Um desses pontos é abrandar a mortalidade neonatal (morte de bebês nos seus primeiros 27 dias de vida), e a mortalidade neonatal precoce (morte de bebês na primeira semana de vida).
O quadro da mortalidade neonatal, aponta ela, é um dos mais preocupantes: 70% das mortes de crianças com menos de um ano acontecem neste período. "Por isso, é importante que a sociedade conheça e ajude a garantir os direitos de crianças, mães e gestantes, disseminando informações e fiscalizando as ações de governos, profissionais da saúde e de outras áreas do Município, como assistência social e educação", frisa.
Em consonância com a meta, o Unicef irá lançar, em maio, um Guia dos Direitos da Gestante e do Bebê. "Nela, são focadas questões como o pré-natal qualificado, o parto humanizado e assistência integral.
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