quinta-feira, 23 de abril de 2015

ENSINO SUPERIOR

Fies já beneficiou mais de 91 mil cearenses

23.04.2015

Neste ano, já são 230 mil novos contratos no Brasil; assim, número de cearenses beneficiados deve ser maior

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O programa do Governo Federal financia a educação superior em instituições particulares. Aluno paga o financiamento depois da conclusão do curso
Ingressar no ensino superior significa realizar um sonho e a possibilidade de alavancar a carreira profissional. Para atingir tal objetivo, diversos estudantes do Ceará optaram pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), programa do Governo Federal que financia a educação superior em instituições particulares. Desde 2010, quando os juros foram reduzidos 3,4%, até o fim de 2014, 91.122 cearenses foram beneficiados, segundo dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Se levarmos em consideração que neste ano, no Brasil, já foram 230 mil novos contratos, é possível concluir que mais de 100 mil alunos já aderiram ao Fies no Estado.
Para quem estudou em escolas públicas, conseguir ingressar em faculdades e universidades particulares é ainda mais significativo. Esse público representa 67% dos pedidos realizados, quase 70 mil alunos. A elevada demanda colocou o Ceará como o sétimo estado do Brasil e segundo do Nordeste com mais contratos efetuados, sendo superado apenas pelo Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais e São Paulo.
O perfil dos novos alunos é refletido dentro das salas de aulas em diversas instituições de ensino. Segundo a coordenadora Mary Alves, responsável pela adesão do Fies em uma das faculdades de Fortaleza, a maioria das matrículas atualmente é efetuada com o uso do programa.
"Percebemos um aumento significativo nos pedidos. A cada ano, mais alunos aderem ao Fies, independentemente de terem estudado em escolas particulares ou públicas. No início de cada semestre, a demanda cresce e chegamos a atender uma média de até 500 alunos por dia, para realizar a contratação ou para renovar o contrato", diz.
Para Mary Alves, o Fies foi um "divisor de águas". "Antes, os alunos só ingressavam no ensino superior se fosse por vestibular nas universidades públicas ou pagamento da matrícula nas particulares. Nem sempre há condições financeiras, e os estudos acabavam parando após a conclusão do Ensino Médio. Já com o Fies, os alunos foram beneficiados e, agora, podem ter acesso a uma educação de qualidade", pontuou a coordenadora.
A universitária Vitória Vieira, 19, é uma das beneficiadas pelo Fies. Ex-aluna de escola pública, a jovem aderiu ao programa neste ano e está cursando Direito em uma faculdade particular da Capital. Ainda no primeiro semestre, a jovem já se mostra empolgada com o curso superior.
"Sempre tive o sonho de estudar Direito. Se não fosse pelo Fies, não teria conseguido, pois a mensalidade é umas das mais caras. Meu objetivo é focar nos meus estudos, porque sei que isso pode garantir meu futuro", conta Vitória.
Barreiras
Apesar do benefício, diversos alunos ainda apresentam reclamações sobre o financiamento. Dentre elas, está a dificuldade no acesso ao site do programa. Estudante do terceiro semestre de Ciências Contábeis, Alisson Neves, 22, informou que encontrou dificuldades para fazer o aditamento de renovação do contrato. "O site apresentava erro ou travava. Tentei por mais de dez dias, e só consegui durante a madrugada", relatou.
De acordo com o FNDE, agente operador do Fies, as instabilidades acontecem devido ao grande fluxo de solicitações nesta época, o que ocasiona um congestionamento na rede. O órgão também informa que os estudantes têm até o dia 30 de abril para fazer o aditamento e orienta que os candidatos tentem acessar à noite, fora dos horários de pico.
O Governo Federal realizou uma série de modificações nos novos contratos. Desde o último dia 30 de março, os estudantes que solicitarem o Fies deverão ter tirado no mínimo 450 pontos na prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O candidato também não pode ter zerado a redação. Segundo o MEC, cerca de 30% dos brasileiros não atingiram a meta.
A exceção são os professores permanentes da rede pública de educação básica que estejam matriculados em cursos de licenciatura (normal superior) ou pedagogia, que não precisam apresentar a nota mínima no Enem para conseguir o contrato.
O Ministério da Educação também determinou um reajuste de até 6,4% no Fies. Isso significa que faculdades que tiveram sua mensalidade reajustada em até 6,4% poderão ser financiadas pelo programa. Instituições que tiverem reajuste acima desse valor ficarão fora.
O Fies tem como finalidade o financiamento de cursos superiores em faculdades particulares com avaliação positiva no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). O aluno que utiliza o Fies só começará a pagar o financiamento depois que terminar o curso.
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