Caso Gaia Molinari
Defensoria Pública entra com pedido de revogação de prisão de suspeita de matar italiana
11h12 | 06.01.2015
O pedido foi feito no plantão da Região Norte, que hoje funciona no município de Cariré, e pode ser analisado ainda nesta terça-feira (6)
Miriam França foi presa após se contradizer em seus
depoimentos, prestados na Delegacia de Proteção ao Turista (Deprotur)
Foto: José Leomar
Italiana Gaia Molinari morreu no último dia 25, na
Região do Serrote, na Praia de Jericoacoara
Foto: Reprodução/Facebook
Uma comissão foi formada para
atuar na defesa da turista do Rio de Janeiro,
Mirian França, presa no último dia 29 de dezembro, sob suspeita da morte da
italiana Gaia Barbara Molinari, 29, em Jericoacoara. A
defensora geral Andreia Coelho e os defensores públicos Emerson Castelo
Branco, Gina Moura e Bruno Neves, que constituem a comissão, já deram entrada no
pedido de revogação da prisão da carioca.
O pedido foi feito no plantão da Região Norte, que hoje
funciona no município de Cariré, e pode ser analisado ainda
nesta terça-feira (6). Segundo a defensora Gina Moura, não existe indícios para
que Mirian França seja apontada como autora do crime, portando ela não deve
permanecer presa. O defensor público Emerson Castelo alegou que a prisão da carioca é injustificável. "A prisão foi decretada com base em subjetividades. Ela (Mirian França) não é obrigada a ter memória fotográfica e as contradições informadas em seu depoimento foram mínimas, o que não a caracteriza como executora", informou.
Mirian França, apontada como principal suspeita do crime, assinou um documento se comprometendo a permanecer no Ceará até o fim das investigações, mesmo que saia da Delegacia de Capturas e Polinter (Decap). A comissão de defesa já analisava o caso desde de dezembro, mas só agora assumiram a defesa da turista.
A turista
carioca alegou, em depoimento, que conheceu a Gaia Molinari em um
hostel localizado no Centro de Fortaleza, e viajaram juntas
para a vila, onde a estrangeira acabou sendo morta. Gaia
trabalhava no hostel em troca da hospedagem. De acordo com
informações de uma nota divulgada pela Polícia Civil do
Ceará, Mirian França foi presa após se contradizer em seus
depoimentos, prestados na Delegacia de Proteção ao Turista
(Deprotur).
Polícia Civil rebate críticas e planeja reconstituição de
crime
A mãe de Mirian, Valdicea
França, afirmou, em entrevista, que teve problemas para se comunicar com a filha
e ainda caracterizou a prisão da carioca como um ato de preconceito, por ela ser
negra. A
delegada adjunta da Deprotur, Patrícia Bezerra, rebateu as
acusações e disse que Mirian
teve direito a telefonemas, mas preferiu ligar para a orientadora do doutorado e
para um amigo, "para não preocupar a mãe"
A delegada divulgou ainda o
interesse em realizar até o dia 28 uma reconstituição
do crime. Patrícia disse que o inquérito deverá ser concluído
dentro do prazo de 30 dias e que já recebeu o resultado de
alguns exames.
O caso
A turista italiana Gaia
Molinari, de 29 anos, foi encontrada morta no dia 25 de dezembro, na localidade
do Serrote, na Praia de Jericoacoara, Litoral Oeste do Estado. A
vítima trajava biquíni e estava com uma mochila nas costas quando foi
encontrada. O corpo apresentava diversas marcas de espancamento. Um laudo
apontou que a italiana foi morta por asfixia mediante estrangulamento.
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