quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

12 AOS 18 ANOS

Fortaleza tem o maior índice de homicídio entre as capitais

29.01.2015

Dados fazem parte de estudo divulgado ontem pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência

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Entre os homens, o perigo de assassinato é 12 vezes maior do que o de mulheres. Os negros correm três vezes mais riscos do que os brancos
FOTO: WALESKA SANTIAGO
"O corpo de um menino de 12 anos foi encontrado em um matagal na Rua Conselheiro Araújo Lima, no bairro Henrique Jorge. O adolescente possivelmente foi morto a pedradas na cabeça. O motivo teria sido divergência com outros três garotos, que alegaram ter recebido ameaças do jovem assassinado". A notícia, veiculada nesta semana, ilustra bem o perfil das pessoas que estão sendo vítimas de homicídio em Fortaleza. A principal motivação é, quase sempre, o envolvimento com o tráfico de drogas e a disputa de território.
Os dados são alarmantes. Prova disso é que Fortaleza é a capital brasileira com maior Índice de Homicídios na Adolescência (IHA). Para cada grupo de 1.000 adolescentes que chegam aos 12 anos, 9,92 serão mortos por homicídio antes de completar 19 anos. Índice muito acima da média nacional, de 3,32. Mesmo no Nordeste, região cuja média foi a maior do País, o índice é de 5,97. É o que aponta estudo divulgado ontem pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Observatório das Favelas, como parte do Programa de Redução da Violência Letal (PRVL).
O objetivo do trabalho é estimar a mortalidade por homicídio na adolescência, especificamente na faixa etária dos 12 aos 18 anos. Ele expressa, para cada 1.000 adolescentes que completam 12 anos, o número que não chegará aos 19 anos, pois será vítima de homicídio ao longo desse tempo. Depois de Fortaleza, estão Maceió (AL) (9,37) e Salvador (BA) (8,32). O IHA conclui que, em 2012, os homicídios na população adolescente entre 12 e 18 anos foi a mais alta dos últimos oito anos.
Em relação ao sexo, chama a atenção que o risco de assassinato de homens é 12 vezes maior do que o de mulheres. E o risco relativo à cor/raça é quase três vezes superior para os negros em comparação aos brancos. Para avançar na redução dos homicídios, o estudo destaca que é fundamental que as políticas preventivas incorporem critérios relacionados às dimensões de gênero, racial, etária e territorial.

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