sexta-feira, 28 de novembro de 2014

NOVO MINISTRO

Levy define superávit e fala em corte de gastos

28.11.2014

Alcançar a meta irá significar a recuperação da confiança na economia brasileira, informou Levy

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O anúncio da nova equipe econômica do governo foi feito na tarde de ontem
FOTO: FOLHAPRESS
Brasília. O futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, falou ontem (27), em seu primeiro pronunciamento, das metas de economia do setor público para os próximos três anos e da decisão de tornar a contabilidade pública mais transparente. Também disse que o governo irá cortar o repasse de dinheiro aos bancos públicos. "O objetivo imediato do governo e do Ministério da Fazenda é estabelecer uma meta de superávit primário para os próximos anos", afirmou.
A meta de superávit primário - economia para pagar os juros da dívida pública - corresponderá a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), no próximo ano, afirmou Levy. Conforme o futuro ministro, em 2016 e 2017, o setor público se comprometerá com uma meta de esforço fiscal de pelo menos 2%, do PIB.
Segundo Levy, o superávit primário de, ao menos, 2% é necessário para assegurar a continuidade da redução da dívida líquida do setor público em relação ao PIB. Levy, no entanto, reconheceu que é impossível alcançar esse nível de esforço fiscal no próximo ano.
"Em 2015, a melhora do superávit primário alcançada não deve permitir chegar ao valor de 2% do PIB. Deve-se trabalhar com meta de 1,2%, na forma das estatísticas do Banco Central. Para 2016 e 2017, a meta não será menor que 2%, do PIB", disse.
Transparência
O futuro ministro comprometeu-se a ser transparente na divulgação dos dados das contas públicas. Segundo ele, o acesso pleno às informações facilita a tomada de riscos pelas famílias, pelos consumidores e pelos empresários, principalmente nas decisões de investimento.
"Alcançar essas metas de superávit primário é fundamental para ampliar confiança na economia brasileira. Isso permite ao País consolidar o crescimento econômico e melhorar as conquistas sociais realizadas ao longo dos últimos 20 anos".
Por causa da queda da arrecadação e do aumento dos gastos, o governo anunciou que a meta de superávit primário, no próximo ano, corresponderá a R$ 10,1 bilhões, em vez da meta original de R$ 80,7 bilhões. A redução do esforço fiscal ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional.
"Esse compromisso é indispensável para a redução da incerteza em relação ao objetivo do resultado do setor público e é ingrediente importante para a tomada de risco pelas empresas, trabalhadores e famílias brasileiras", destacou.
Confiança
O futuro ministro disse ainda que a confiança é a "mola" para que o País possa crescer. Destacou ainda a necessidade de aumentar a produtividade da economia. Levy afirmou também que será vital o apoio do Congresso Nacional para aprovação de uma agenda microeconômica e também em "questões de envergadura". No início de sua fala, Levy declarou que é "mais que uma honra, um privilégio" substituir o mais longevo ministro da Fazenda, durante um regimento democrático no Brasil, em referência a Guido Mantega.

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