Entrevista
Cid Gomes volta a propor criação de frente de esquerda para sustentar governo Dilma
11h07 | 24.11.2014
Em entrevista à revista Carta Capital, ele apostou em alianças com uma base mais "confiável"
Para ele, a Frente de Esquerda seria uma alternativa
para a estabilização do governo
Foto: Alan Marques
Em
entrevista concedida à revista Carta Capital, publicada nesta segunda-feira
(24), o governador do Ceará Cid Gomes voltou a defender a
criação de uma frente de esquerda, que seria a responsável por
trabalhar pela estabilidade no Governo e fazer contraponto aos conservadores no
Parlamento. Entre outros assuntos, Cid Gomes falou sobre a importância da
Operação Lava Jato, sobre as alianças do governo com o PMDB, mas evitou comentar
sobre uma possível indicação a um ministério. O Diário do
Nordeste já havia noticiado
sobre as intenções de Cid para a criação da Frente.
A frente de esquerda, uma das idealizações de Cid Gomes, que já teria sido
apresentada à presidente Dilma Rousseff, serviria como um
realinhamento para uma nova relação entre o Executivo e o Congresso, trabalhando
também para o combate ao fisiologismo no governo. Para ele, o governo atual está
escravo do PMDB, mas ele acredita que seria melhor uma base mais
confiável."Podemos construir caminhos pela esquerda e pelo centro. Com teses, e
não cargos", opinou.Quando o assunto é governabilidade e Reforma Política, o governador acredita que existem sérios problemas. Segundo ele, só deve existir Reforma quando se inicia um novo ciclo, o que atualmente não está acontecendo no Brasil. "O País acabou de sair de uma eleição muito dividida, o resultado praticamente foi meio a meio. Essa reforma só deve aguçar e radicalizar as diferenças.", afirmou.
Falando sobre o impacto da Operação Lava Jato, Cid explicou que ela é necessária para que o Brasil possa "dar um passo à frente". Assim, "pegar os corruptores" seria um estímulo para a formação de novos quadros políticos.
Já as especulações sobre a futura participação em um ministério no governo Dilma foram tratadas como "conjecturas" pelo governador. "Se falar que não aceitaria, seria indelicado. Se disser que topo, estaria sendo oferecido."
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