terça-feira, 7 de outubro de 2014

Reservas Hídricas

Açudes secos fazem aumentar demanda por poços

Marcus Peixoto | 13h55 | 07.10.2014

O agravamento da seca tem gerado um crescimento de pedidos para perfuração de poços em áreas rurais do interior. No entanto, as restrições têm impedido maior número de atendimento

 

AÇUDES
Açude Banabuiú, terceiro maior açude do Estado e um dos que mais sofrem com a seca de 2014, está atualmente com 10% de sua capacidade
FOTO: ARQUIVO/ALEX PIMENTEL
Fortaleza. O recrudescimento das reservas hídricas no Estado tem sido atenuado com a perfuração de poços profundos. Mesmo assim, há uma demanda que não para de crescer e as dificuldades vêm sendo encontradas tanto pela água de má qualidade, ou salobra, ou porque boa parte das áreas requeridas pertencem a particulares.
O assunto foi debatido na reunião do Comitê Integrado de Combate à Seca, que aconteceu extraordinariamente ontem e não na segunda-feira, pro conta das eleições de domingo passado. Dos 30 municípios cearenses que vivem tempos de racionamento de água, fornecida pela Companhia de Águas e Esgotos do Ceará (Cagece), há a expectativa de que dois normalizem o fornecimento para as populações, que são Quiterianópolis, no Sertão de Crateús, e Alcântara, na Zona Norte. No entanto, a expectativa é que novas cidades possam também ter a oferta restringida, em decorrência do agravamento da seca.
O titular adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), Antônio Amorim, disse que já são 16 mil poços instalados no interior do Estado. Por conta de força de lei, novos poços somente podem ser perfurados em áreas públicas, ou doadas por particulares, e que passe por uma avaliação geofísica. Com isso, houve uma retração, que chegou a 100 pedidos mensais. “As pessoas estavam nos solicitando poços como se pede água a Deus”, disse o secretário.
O gerente de saneamento rural da Cagece, e representante do órgão junto ao Comitê Integrado, Hélder Cortez, informou que há particularidades em regiões que dificultam a abertura de novos poços. No caso de Crateús, o problema recorrente tem sido a apresentação de subsolos impróprios. Com isso, optou-se para a construção de adutora que captasse água do açude Araras, a 160 quilômetros.
Já no maciço do Baturité, onde é inviável a construção de reservatórios em cidades serranas, o maior obstáculo é a ausência de terrenos públicos. Os particulares estariam sendo irredutíveis na cessão das áreas, o que poderá resultar em ações judiciais requerendo a desapropriação das áreas propícias para os poços, como afirmou Hélder.
Na reunião da próxima segunda-feira, haverá um reavaliação da Operação Carro pipa, tanto na zona rural, quanto nos perímetros urbanos e os esforços para construção de adutoras e poços profundos.

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