quarta-feira, 8 de outubro de 2014

REPRESÁLIA

Juíza é ameaçada por sargento da PM

08.10.2014

Magistrada relatou tentativa de intimidação por parte de grupo ligado a assaltos a bancos e mortes

Image-0-Artigo-1716186-1
Presidente da Associação Cearense de Magistrados (ACM), Antônio Araújo, afirmou que TJ 'não tomou providências' para escoltar juíza
FOTO: FABIANE DE PAULA
Image-1-Artigo-1716186-1
O Tribunal de Justiça do Estado do Ceará disse ter designado a magistrada para outra Comarca. No dia 9 de setembro, em uma reunião do Conselho Superior da Magistratura, ela teria optado por permanecer em Redenção
FOTO: HELENE SANTOS
A juíza Deborah Salomão Guarines, titular da comarca de Redenção, a 55 quilômetros de Fortaleza, afirma ter sido vítima de ameaças proferidas por um homem, que já está preso por suspeita de participar de quadrilhas com envolvimento em crimes como assaltos a banco e homicídios. De acordo com a Associação Cearense de Magistrados (ACM), o homem é sargento da Polícia Militar.
A magistrada alega que recebeu mensagens de celular, além de um telefonema, que em sua avaliação, colocavam sua vida em risco. Segundo Deborah, a ação visava influenciar as atividades da juíza naquela cidade.
Os problemas começaram no mês de março. A juíza teria sido ameaçada três dias seguidos, até buscar providências.
"A primeira ameaça foi no dia 11 de março, quando recebi a primeira mensagem no celular. As demais foram nos dias 12 e 13. Na mesma semana, o homem me telefonou", relembrou.
Policial
Segundo o presidente da ACM, Antônio Araújo, ouvido pela reportagem na noite de ontem, o homem citado pela juíza como autor das ameaças é um sargento da Polícia Militar, mas que não teve o nome revelado. Segundo Araújo, ele está preso há mais de um mês.
"Ele é uma pessoa conhecida por ser supostamente relacionada com diversos delitos na região. Por isso, entendi as mensagens e o telefonema como sendo ameaçadores, para influenciar a minha atividade como magistrada. Diante disso, já tive meu celular periciado e um inquérito foi instaurado", disse a magistrada.
Deborah afirma que, apesar de ter sua vida em risco, não deixou de realizar os trabalhos na Comarca de Redenção. "Essa foi uma tentativa de me fazer sentir assustada em minha atuação nos processos. Mas um juiz, combatendo o crime, não pode ficar nessa situação", disse.

Nenhum comentário:

Postar um comentário