Mercado em baixa
Petrobras avalia adiar projeto de construção da refinaria Premium II no Ceará
Redação/Reuters | 13h06 | 28.10.2014
Fonte ressaltou que, nos últimos dois anos, o mercado de combustíveis no Brasil não vem mais crescendo no mesmo ritmo de antes
Lei orçamentária havia previsto quase R$ 1 bilhão para a
refinaria Premium II em 2015
Diário do Nordeste/Arquivo
A Petrobras avalia adiar o projeto de construção das refinarias Premium I e II, no Maranhão e no Ceará, em meio a uma desaceleração no crescimento da demanda por combustíveis no país, disse à Reuters uma fonte com conhecimento direto do assunto.
As duas novas unidades constam no Plano de Negócios e Gestão 2014-2018 da estatal, que prevê investimentos totais de 220,6 bilhões de dólares para o período. A Premium I, no Maranhão, e a Premium II, no Ceará, aparecem na carteira de projetos em licitação, que deveriam ter processos "conduzidos em 2014", segundo o plano.
"Não quer dizer que não será feito. Essas refinarias continuam sendo necessárias, mas não na velocidade inicial... A decisão ainda não foi tomada, mas há um sentimento nesse sentido (de prorrogar o início do projeto)", disse a fonte, sob condição de anonimato.
A fonte ressaltou que, nos últimos dois anos, o mercado de combustíveis no Brasil não vem mais crescendo no mesmo ritmo de antes, o que altera os indicadores econômicos que vão definir o ritmo de construção de novas unidades de refino.
No Ceará, a expectativa era de que as obras da refinaria fossem iniciadas no primeiro trimestre de 2015, segundo já havia informado o titular da Secretaria de Infraestrutura do Estado (Seinfra), Adail Fontenele.
O titular da pasta também já
havia dito que o Termo de Compromisso com a Petrobras para a
instalação da Refinaria Premuim II seria
assinado ainda no mês de outubro, após o período eleitoral.
As obras
da Reserva Taba dos Anacés foram inciadas no dia 15 de setembro. A
criação da reserva foi uma exigência da Fundação Nacional do Índio
(Funai) para que ela pudesse dar seu parecer favorável à
instalação da refinaria Premium II no Ceará.
Custo das refinariasEmbora ainda não se saiba o custo das refinarias, a postergação dos projetos pode dar fôlego financeiro à companhia, num momento em que lida com o crescimento de sua dívida, que somou ao todo cerca de 140 bilhões de dólares ao final do segundo trimestre --a empresa teve recentemente seu rating rabaixado pela alta alavancagem, entre outros fatores.
A estratégia de adiamento de projetos nesse segmento ocorre após a área de refino ter sido o foco de grandes polêmicas na Petrobras no último ano. Investigações de várias instituições, como o Tribunal de Contas da União, Polícia Federal e CPIs no Congresso Nacional, ocorrem sobre os gastos bilionários na construção da Refinaria do Nordeste (Rnest), em vias de ser inaugurada, e na compra da refinaria de Pasadena, no Texas.
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