AMEAÇADA
Juíza afirma que TJCE ainda não forneceu escolta
09.10.2014
A titular da Comarca de Redenção disse estar sendo intimidada por um policial militar acusado de crimes
A juíza Deborah Salomão Guarines, titular da comarca de Redenção, a 55 quilômetros de Fortaleza, que disse estar sendo ameaçada por um policial militar, afirmou que o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) ainda não providenciou escolta policial após ela ter revelado as ameaças e intimidações sofridas por mensagens de celular e ligação telefônica.
A magistrada alega que recebeu mensagens de celular, além de um telefonema, que em sua avaliação, colocavam sua vida em risco. Segundo Deborah, a ação visava influenciar as atividades da juíza naquela cidade. Os problemas começaram no mês de março. A juíza teria sido ameaçada três dias seguidos, até buscar providências.
A magistrada informou, também, o motivo de ela ter recusado ser transferida de Redenção, como o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) informou na matéria publicada na edição de ontem. "Eu recusei porque onde a Presidência queria me colocar eu não teria mais segurança. O TJ ia me transferir para a Comarca de Paraipaba onde o policial (acusado das ameaças) já tinha sido comandante. Na reunião do Conselho da Magistratura, quando isso ficou decidido, a Presidência entendeu que ao recusar (ser transferida) eu me sentiria mais segura em Redenção. Mas e a escolta?", indagou.
A magistrada disse que sua decisão teve como base, entre outros fatores, que não estão claras as atuais conexões do policial militar em Paraipaba. "Eu acredito que, apesar de preso, ele não está neutralizado, inclusive, porque muitos fatos atribuídos a ele só surgiram depois da captura dele", ressaltou.
Conforme a juíza, ela solicitou ao Tribunal escolta policial, que ainda não foi providenciada. "Pedi segurança ao Judiciário Comum e ao Eleitoral. Fiquei em Redenção porque conheço as pessoas com quem trabalho, aqui tenho casa montada. Não iria para um lugar desconhecido e num momento delicado como esse", afirmou.
A juíza destacou ainda que houve parecer favorável da Comissão de Segurança do TJCE e Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para que ela recebesse escolta policial. Procurado pela reportagem para comentar as afirmações da juíza, o Tribunal informou que mantém a nota publicada na edição de ontem, na qual afirmava: "A primeira providência do presidente do TJCE, desembargador Gerardo Brígido, foi deferir o pedido da juíza Deborah Salomão Guarines e designá-la para atuar em outra Comarca. No entanto, perante o Conselho Superior da Magistratura, na sessão do dia 9 de setembro deste ano, a juíza manifestou que desejava reassumir as funções na Comarca de Redenção, eximindo o Tribunal de Justiça do Ceará de qualquer responsabilidade quanto à sua decisão, inclusive, quanto à escolta antes pretendida. Afirmou ainda que se sentia segura de retornar à Comarca de Redenção", informou o TJCE.
Nenhum comentário:
Postar um comentário