terça-feira, 30 de setembro de 2014

CÂNCER DE MAMA

Incidência deve ter aumento de 5% neste ano

30.09.2014

Mais de 50% dos casos são descobertos em estado avançado, o que diminui as chances de cura e sobrevida

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O medo da mamografia e do próprio câncer de mama é um dos obstáculos para o diagnóstico precoce da doença. A campanha Outubro Rosa, que começa amanhã, tem o objetivo de incentivar as mulheres a fazer o exame
FOTOS: ALEX COSTA
Em 2014, a expectativa é que 2.068 mulheres sejam diagnosticadas com câncer de mama. Um número que, segundo o presidente do Comitê Estadual do Controle do Câncer, Luiz Porto, cresce 5% em relação ao do ano passado e é responsável por colocar a doença no topo do ranking de incidência em mulheres. Mais de 50% dos casos são descobertos em estado avançado, o que diminui as possibilidades de cura e sobrevida.
O medo, tanto da mamografia quanto do tratamento e até mesmo da próprio câncer, é o grande vilão. "No Ceará, a mamografia foi ampliada. Conseguimos novos mamógrafos, o que por muito tempo foi um problema. Agora, o que falta é a mulher vir fazer o exame. Fazemos 300 mil mamografias anuais, um número baixo. Mas as mulheres têm medo de descobrir o câncer", relata Luiz Porto. Com esse cenário, a campanha mundial Outubro Rosa, que começa amanhã, tem o objetivo de alertar e incentivar as mulheres para o exame das mamas.
Conforme Lilian Beltrão, secretária-adjunta da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), o Ceará recebeu seis equipamentos de radioterapia que irão suprir o déficit para o tratamento. O próximo ponto para melhorar o tratamento é resolver as cirurgias oncológicas, que ainda são insuficientes. "Em relação aos mamógrafos, temos quase 60 no SUS. Eles estão ociosos porque as mulheres não vão fazer os exames. O que precisamos é estimular as unidades cadastradas a fazerem cirurgias oncológicas. Elas estão fazendo menos que o estabelecido", prometeu.
Quem já recebeu o diagnóstico e venceu o câncer de mama, como a dona de casa Maria Helena Dias, 64, sabe que informação é uma grande aliada. Aos 57 anos, ela descobriu o primeiro câncer - ainda em estágio inicial porque fazia regularmente os exames de prevenção. "Para mim, não houve dificuldade. Consegui ser bem atendida e fiz todo o tratamento pelo SUS. Mas sempre fiz exames periódicos, que me ajudaram a descobrir cedo", comenta.

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