SAÚDE
Virose lota unidades pediátricas
23.04.2014
De acordo com especialistas, a mudança climática na Capital favorece a proliferação de doenças
Febre, vômitos, dor de barriga e tosse. Estes quatro sintomas são os que mais se repetem entre as crianças que lotam as emergências pediátricas da Capital desde a Semana Santa. Segundo pediatras, as mudanças climáticas têm favorecido a proliferação de viroses que aumentam a procura por unidades de saúde.
A dona de casa Iraci Cristiane Sousa chegou um pouco depois das 9h de ontem ao Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), quando a recepção da emergência já estava lotada. Ela pegou a senha de número 43 para o filho de 2 anos, que estava com febre e vomitando. Entretanto, segundo outros pais que estavam no local, Iraci e o menino ainda iriam esperar muito.
"Estou aqui há 30 minutos. Peguei a senha 35 e nem começaram a chamar. Só Deus sabe que horas a gente vai sair", desabafou a costureira Marineuza Rodrigues, que acompanhava a filha de 15 anos, com febre e tosse.
Uma das pediatras do hospital, Fábia Linhares, explica que, nesta época do ano, é muito frequente o adoecimento de crianças por conta de viroses sazonais. "As mais comuns são doenças respiratórias, como gripe, resfriado, sinusite e as gastrointestinais, que apresentam vômito, diarreia e moleza por causa da desidratação", esclareceu. A especialista aponta como causa para a proliferação dos casos a mudança do clima.
Fábia Linhares disse ainda que os sintomas tendem a desaparecer em até sete dias, mesmo sem o uso de medicações fortes. Entretanto, as crianças devem ser levadas ao médico. "Se não melhorar, ela tem que ser novamente avaliada, pois há muitas outras doenças que se mostram da mesma forma", alertou.
Com relação à lotação, a médica informou atualmente há uma demanda excedente por causa dos casos de virose. "Por mais que a gente reforce as equipes, sempre acontece isso", destaca.
Segundo o Hias, durante o feriado, entre quinta-feira e domingo, foi realizada uma média de 169 atendimentos por dia na emergência, divididos por cinco médicos plantonistas. A unidade não divulgou detalhes sobre as doenças porque os dados ainda estão sendo contabilizados.
Espera
A procura por atendimento para crianças com os sintomas da virose se repetiu em outras unidades de saúde, tanto públicas quanto particulares. A autônoma Natália Mesquita chegou com o marido e a filha no Hospital Infantil Luís França às 7h15 de ontem e levou mais de duas horas para ser atendida. Mesmo com Vivian, de 4 anos, apresentando tosse e febre, a mãe não reclamou. "Está assim em todo lugar", disse.
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