TAXA SELIC
Banco Central sobe o juro básico para 10,75% ao ano
Folhapress | 21h25 | 26.02.2014
Foi a oitava alta seguida da taxa, que havia caído para um dígito em março de 2012
O Banco Central (BC) subiu nesta quarta-feira (26) o juro básico da economia brasileira, a taxa Selic, em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano. Foi a oitava alta seguida da taxa, que havia caído para um dígito em março de 2012, quando saiu de 10,5% para 9,75% ao ano, e a primeira nessa intensidade depois de seis aumentos de 0,50 ponto percentual.
A decisão confirmou a aposta da maioria dos economistas brasileiros, baseada no cenário de pressão inflacionária e desaquecimento da atividade econômica. Havia também, em menor intensidade, projeções de aumento ainda maior, de 0,5 ponto percentual.
Em levantamento realizado pela agência Bloomberg com 61 instituições, a maioria (44 apostas) esperava o aumento de 0,25 ponto percentual. Em contrapartida, 16 especialistas defendiam um aperto monetário mais forte, de 0,50 ponto percentual. Um analista acreditava ainda a manutenção da taxa básica em 10,5% ao ano.
A elevação dos juros é um instrumento usado pelo governo para conter o consumo, uma vez que o crédito (tanto empréstimos em instituições financeiras quanto parcelamentos em lojas, por exemplo) fica mais caro. E, com menos demanda, a inflação tende a ceder.
Perspectivas
Para o futuro, as apostas dos economistas ouvidos pela Folha de S.Paulo são mais alta da Selic em abril, de 0,25 ponto percentual. Depois disso, a taxa ficaria estável, encerrando 2014 em 11% ao ano.
"Se o governo subir a Selic acima disso, pode prejudicar ainda mais o crescimento da economia, que já não é bom. Ele não deve querer um juro maior que 11% ao ano, especialmente depois que o mercado ganhou mais confiança no governo após o anúncio da meta de corte nos gastos, feito na semana passada", diz Elad Revi, analista-chefe da Spinelli Corretora.
Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil, afirma que o Copom vai se manter fiel ao "plano de voo original sinalizado na última reunião de política monetária, que é o de buscar, a partir de agora, fazer a sintonia fina dos juros enquanto aguarda pelos efeitos defasados do ajuste já realizado sobre a economia".
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