domingo, 2 de fevereiro de 2014

LEGISLATIVOS

Ano eleitoral promete produção ainda menor

02.02.2014


Política
No evento da Assembleia, que o presidente da Casa, deputado José Albuquerque, reputa ser uma contribuição significativa do Legislativo para a sociedade cearense, o Ceará Sem Drogas, foram poucos os deputados presentes
NATINHO RODRIGUES
Na última sexta-feira, no fim da manhã, um punhado de servidores públicos do Município de Fortaleza fechou o quarteirão da Rua Barbosa de Freitas, onde fica uma das entradas do prédio da Assembleia Legislativa cearense. Amanhã, solenemente, como todos os demais legislativos brasileiros, o do Estado do Ceará inicia suas atividades, com os deputados devendo ter consciência das muitas turbulências a ocorrerem, na Casa do Povo, neste ano de Copa do Mundo, mas sobretudo eleitoral.
O Legislativo, por ser a Casa do Povo e sempre ser buscado por reivindicadores de direitos que supõem ter, precisa estar preparado para receber manifestações, abrir espaços para discutir as questões apresentadas, consciente da sua responsabilidade com os demais poderes constituídos, com a sua própria respeitabilidade e, principalmente, com a população, atualmente, a maior vítima dos movimentos reivindicatórios, quer com o impedimento de ir e vir ou da falta de alguns serviços públicos essenciais. Alguns dos deputados, por ações demagógicas e até irresponsáveis, esquecem que o coletivo social é maior que todos os pleitos desse ou daquele setor da administração.
Concessões
É importante se dirigir um olhar mais atento, neste ano em que os políticos costumam fazer concessões além das já, em alguns casos, abusivamente feitas, para satisfação pessoal ou de grupos, sem o devido cuidado de preservar os interesses da grande maioria da população.
A quase totalidade dos nossos deputados estaduais vai disputar a reeleição. É um direito legítimo deles, mesmo que no curso dos últimos três anos, alguns, quase a maioria, tenham demonstrado um certo desapreço com a função legislativa, e uma ojeriza ao plenário, onde quase nunca eram vistos, além do momento de registrarem as presenças no painel eletrônico.
Mas, como o fato de estarem na disputa por mais um mandato, teremos, por necessidade da campanha, mudanças de comportamento. Haverá momentos que o plenário ficará cheio e em outros bem vazio, sob a alegação de estarem presos a reuniões políticas no Interior.
Ao final, chegando outubro, no começo, se a eleição terminar no primeiro turno, ou no fim daquele mês, caso haja segundo turno, não haverá registro do mais importante que poderia existir, o debate político. E como o Legislativo ficaria enriquecido se o Estado do Ceará, em todas as suas atividades e nuances do Poder, fossem percuscientemente debatido, mostrado suas entranhas, e onde o futuro governador mais precisará ser atuante.
E mais ainda, como seria bom se cada deputado falasse do próprio espaço que diz representar, e onde angaria votos, sem a subserviência caracterizadora dos discursos de governistas e o sectarismo de oposicionistas.

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