quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

TRABALHO ESCRAVO

103 pessoas foram resgatadas

29.01.2014
O aprofundamento da degradação das condições laborais, sobretudo no que se refere à saúde e à segurança de operários, é uma das características mais acentuadas nos dias de hoje, no Ceará e em demais estados do Nordeste, nos registros de ocorrência de trabalho análogo à escravidão. A informação é do coordenador da Fiscalização Rural da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Ceará (SRTE-CE), Sérgio Carvalho. "Não fornecer água potável, alimentação adequada, alojamentos descentes e nem equipamentos de proteção individual cria situações indignas ao ser humano", esclarece.

Sete pessoas foram resgatadas de trabalho análogo à escravidão no ano passado no município de Ibicuitinga e 96 em Granja e Barroquinha Foto: Kid Júnior

Em palestra proferida na SRTE-CE alusiva ao Dia de Combate ao Trabalho Escravo e ao Dia do Auditor Fiscal do Trabalho, Sérgio Carvalho fez um balanço das ações para conter o problema no Ceará. Segundo ele, a SRTE-CE resgatou no ano passado sete pessoas nessas condições atuando em corte de lenha no município de Ibicuitinga, bem como 96 (das quais três mulheres) em Granja e Barroquinha.

Além do resgate, os empregadores foram autuados e multados. No entanto, Sérgio Carvalho ressalta que um dos principais motivos para a ocorrência de trabalho semelhante à escravidão é impunidade, seguidos da ganância do empregador e da grande quantidade de trabalhadores desqualificados em busca de sobrevivência. "Esse último item faz com que eles se submetam a um quadro de total degradação", frisa.

Por outro lado, se no século XIX a escravidão era permitida por lei e o escravo era um bem do empregador, que o preservava como "medida de riqueza", na atualidade esse tipo de atividade é sazonal. "Hoje, há uma massa enorme de pessoas disponível, que terminam sendo descartadas e reduzidas a ´coisa´ pelo empregador", observa.

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