quinta-feira, 31 de outubro de 2013


REAJUSTE AUTOMÁTICO DOS COMBUSTÍVEIS

Inflação será impactada, apostam economistas

31.10.2013
Para analistas, os preços dos combustíveis estão defasados no País e nova metodologia é um "mal necessário"

Apresentada na última sexta-feira com o aval da diretoria executiva da Petrobras, a nova política de preços de combustíveis da estatal, que vai contemplar reajustes automáticos nos valores da gasolina e do diesel, já desperta preocupação entre os economistas, que temem um grande impacto na inflação. A metodologia pretende equiparar os preços cobrados nacionalmente com os praticados no mercado internacional e ainda será votada pelo Conselho de Administração da empresa, no próximo dia 22.
O preço da gasolina e do diesel vai subir, afirmam economistas consultados. Foto: Tuno Vieira.

Para o economista e presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Henrique Marinho, uma pressão inflacionária é quase inevitável, já que os preços dos combustíveis estão muito defasados no Brasil. "Há tempos que o governo vem segurando esses valores para evitar um índice maior da inflação nacional. Acontece que chegou a hora de enfrentar esse problema, pois a Petrobras não tem mais condições de arcar com esses prejuízos. Assim, não há dúvida de que o valor dos combustíveis subirá em breve, impactando na inflação" afirma. "Não sei quando isso vai ocorrer, mas preocupa o fato de já estarmos com uma inflação acima da meta, que é de 4,5%", completa.

O economista ainda classificou a nova metodologia de preços da Petrobras como um "mal necessário", ressaltando que os preços praticados atualmente têm reduzido a capacidade de investimento da estatal. "Nós produzimos petróleo no Brasil, mas como nossas refinarias não têm capacidade de processá-lo por completo, somos obrigados a importar os derivados. O que vem ocorrendo é que a Petrobras compra mais caro e vende mais barato. Trata-se de uma bolha que, se não tratada logo, pode estourar com efeitos devastadores", opina Henrique Marinho
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