quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Quem critica o Bolsa Família é porque nunca passou fome, diz Lula

Folhapress | 13h39 | 30.10.2013

O ex-presidente disse também que muita gente está incomodada porque os pobres estão evoluindo


A cerimônia de dez anos do programa Bolsa Família realizada nesta quarta-feira serviu de palco para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendesse os êxitos da transferência de renda para os mais pobres e atacasse duramente seus críticos.
Sem citar nomes, o ex-presidente desqualificou adversários políticos, jornalistas e analistas que, ao longo dos anos, criticaram de alguma forma o programa. FOTO: AGENCIA REUTERS/ ARQUIVO  
O petista afirmou que, se estivesse iniciando seu governo agora, com a experiência que conquistou, começaria da mesma forma, combatendo a fome e a desigualdade. Lula lembrou de sua origem pobre e disse que os que criticam o Bolsa Família nunca passaram fome. Disse também que são preconceituosos ao afirmar que o pobre está no Bolsa Família porque não quer trabalhar. "Isso é preconceito. É tentar transmitir para o pobre a culpa pela pobreza", afirmou.
Em resposta a uma crítica recorrente de que o Bolsa Família não ofereceria porta de saída para seus beneficiários deixarem o programa e superarem a miséria por meio do trabalho, Lula disse que a transferência de renda é o início desse processo.
Sem citar nomes, ele desqualificou adversários políticos, jornalistas e analistas que, ao longo dos anos, criticaram de alguma forma o programa. "Chama atenção que as pessoas falam tanto de porta de saída quando as portas de inclusão acabam de ser abertas. Vamos deixar claro que o programa acaba de completar dez anos num país onde as injustiças vêm de cinco séculos", afirmou.
O ex-presidente destacou o impacto multiplicador dos gastos do Bolsa Família ao estimular o consumo e o comércio do país e defendeu que o governo continue destinando recursos para a população de menor renda. Direcionando sua fala diretamente aos ministros Guido Mantega (Fazenda) e Miriam Belchior (Planejamento), responsáveis pelo Orçamento da União, pediu: "Parem de regatear dinheiro para os pobres!". Exaltado, Lula criticou economistas de bancos que defendem o arrocho fiscal, o aumento do desemprego e a redução dos ganhos salariais como forma de ajustar a economia.

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