terça-feira, 24 de setembro de 2013


CASOS GRAVES

Unidade recebe 10 pacientes por dia com dengue

25.09.2013          Essa média de casos tem deixado o Estado em alerta, embora este não seja um ano epidêmico, como foi 2012

Se em anos anteriores, o avanço da dengue dependia de fatores climáticos e até sazonais, agora incide nos 12 meses, sem época certa para a infestação. Apesar da falta de chuvas neste ano, a doença continua a avançar. Já são 36 mortes no Ceará e quase 20 mil doentes confirmados. Gestores alertam: mesmo sem epidemia, óbitos estão crescentes e com gravidade.

Atualmente, dois pacientes no Hospital São José apresentam quadros mais complicados, com risco de vida. A Capital já soma 19 mortes FOTO: JOSÉ LEOMAR

Um "termômetro" disso é a movimentação no Hospital São José, por exemplo. A unidade de referência no Estado tem recebido uma média de dez pacientes graves por dia. Atualmente, dois apresentam quadros mais complicados, até com risco de vida. A Capital soma hoje 19 mortes.

Quando comparado com a epidemia de 2012, o cenário parece mais grave. Há três meses do fim do ano, os 36 óbitos atuais já se igualaram ao número de mortes de todo o ano passado, 11 de Febre Hemorrágica (FHD) e 25 por complicação. Com relação aos casos no Estado, foram 51.701 em 2012 e 19.752 em 2013, segundo dados mais recentes do Boletim Epidemiológico da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa).

O Diretor do Hospital São José, Roberto da Justa, reforça que apesar da queda no número de atendimentos (em relação ao ano passado), a incidência está, sim, mais alta. "A doença não está controlada como muitos pensam. E isso tem gerado mais preocupação nossa porque a população acaba se descuidando mais, todos ficam menos vigilantes. Vivemos um ano atípico".

Para o diretor, a infestação deveria já estar controlada por conta da ausência de chuvas. "Chegamos ao ponto em que não conseguimos mais acabar com o mosquito transmissor. A sujeira nas ruas, os lixos acumulados, os focos de infestação, tudo isso mantém o vetor vivo o ano inteiro", conta.

Na opinião de Justa, tudo é uma questão de política pública. Ainda há, segundo ele, muita dificuldade de se chegar a alguns espaços, existem diversos terrenos abandonados na Capital. E assim, o mosquito vai se proliferando. "O alerta deve ser constante", afirma. Mas, o diretor do Hospital São José reforça: os gestores da Saúde no Ceará têm trabalhado para essa infestação não aumentar ainda mais. Caso contrário, o cenário estaria pior.

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