quinta-feira, 29 de agosto de 2013


ZONA NORTE

Desertificação avança em países da América Latina

29.08.2013Pesquisadores de Portugal, Itália, México e Espanha, entre outros países, estão em Sobral discutindo o tema

Sobral.
 Países da América Latina como Brasil, Chile, Argentina e Uruguai apresentam áreas em intensos processos de desertificação. Fatores sociais, econômicos e históricos devem ser considerados neste fenômeno crescente de degradação ambiental. A semiaridez não pode ser considerado como único fator para ocorrência do empobrecimento dos solos.

Durante três dias, o Centro de Convenções de Sobral estará concentrando os principais estudos sobre a temática, e apresentando soluções FOTO: JÉSSYCA RODRGUES
Estas, entre outras questões, foram apresentadas ontem, durante o primeiro dia da programação da I Conferência Científica da Iniciativa Latinoamericana e Caribenha de Ciência e Tecnologia (Ilacct) para Implementação da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (UNCCD), que acontece até amanhã no Centro de Convenções de Sobral.

O evento reuniu somente ontem um público flutuante de cerca de 500 pesquisadores de diversos países, além de professores e estudantes de universidades de todo o Estado.

Segundo o coordenador da UNCCD, Heitor Matallo, o Ilacct é de suma importância não apenas para o cenário local, mas para todos os países. Trazê-lo para Sobral foi uma grande conquista. "Sobral é uma cidade muito importante do ponto de vista cientifico no cenário internacional", disse ele.

Heitor explica que a América Latina possui muitas áreas em processos intensos de desertificação. As pesquisas apresentadas e temas discutidos possuem sempre uma boa base histórica. "Com a falta de um forte apoio a longo prazo, acabamos sempre retomando algumas discussões de cinco, seis anos atrás, mas agora com os dados atualizados".

Ele avalia que muitas pesquisas que estão sendo mostradas durante a conferência podem ser praticadas no dia a dia de parte da população. "O projeto Base Zero, do engenheiro mecânico José Artur Padilha, por exemplo, é a reunião de uma série desses elementos aplicados dentro de uma propriedade que se tornou sustentável".

Cursando Mestrado em Geografia e formado na área pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), o acadêmico Valdelúcio Nascimento Fonseca possui hoje um estudo sobre as influências do uso e ocupação da cidade no clima de Sobral.

"Já estou com seis meses de pesquisa e deve durar dois anos no total. Dentro de uma das abordagens será tratada a desertificação como fator social", adianta ele.

Segundo a professora Isolanda Caracristi, que participará da palestra sobre "Análise Ambiental Geográfica na Compreensão da Relação entre Uso e Ocupação de Espaço, Degradação Ambiental e Processo de Desertificação no Semiárido Brasileiro", a semiaridez não deve ser considerado único motivo para a área sofrer um processo de desertificação.

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