sábado, 31 de agosto de 2013

INFORMAÇÕES DA SESA

96% dos municípios cearenses apresentam registros de Aids

31.08.2013
No Estado, a Capital lidera o número de casos da doença, seguida por Maracanaú e Caucaia
Atualmente, 96% dos 184 municípios cearenses têm pelo menos um caso de Aids. Segundo a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), desde a primeira notificação em 1983, já foram registrados 12.246 até dezembro de 2012. Ano passado, foram confirmados 800 casos, 77 a menos do que em 2011. Desse total, 430 (53,7%) foram computados somente em Fortaleza. A Capital lidera o ranking da doença, seguida por Maracanaú, com 51 casos, e Caucaia, com 33.

De acordo com a presidente da Associação Cearense de Infectologia, Melissa Medeiros, diariamente, chegam pacientes do Interior a Fortaleza para fazer testes de HIV. Ela defende campanhas de testagem em postos de saúde Foto: Kiko Silva

Até 2012, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação de Aids (Sinan), ligado à Sesa, revelava que 70% dos casos eram em homens e 30% no sexo feminino. Entretanto, o Sistema destaca que, no Ceará, a taxa de incidência da doença entre o sexo masculino diminuiu de 14,9 - para cada grupo de 100 mil habitantes em 2011 - para 12,7 no ano passado.

Já entre as mulheres, houve uma evolução da incidência de 5,8% para 6,0%. "A feminização da Aids é reflexo do comportamento da população feminina, associado a aspectos de vulnerabilidade biológica da mulher com o crescimento dos casos de Aids em mulheres em idade reprodutiva", diz o informe epidemiológico feito pela Sesa.

O estudo ressalta que, de 1983 a 2012, a faixa etária de 20 a 49 anos tem as maiores taxas de incidência da doença, com 10.551 casos (86,1%), o que, para a Sesa, pode confirmar que a principal forma de transmissão é sexual. A contribuição das outras faixas etárias nestes últimos 29 anos é apresentada da seguinte forma: 1.169 (9,5%) notificações em adultos com 50 ou mais, 298 (2,4%) em menores de 13 anos e 230 (1,8%) em adolescentes de 13 a 19 anos.

De acordo com a médica infectologista do Hospital São José, em Fortaleza, e presidente da Associação Cearense de Infectologia, Melissa Medeiros, a unidade recebe diariamente pacientes de todo o Estado que chegam, na sua grande maioria, sem o diagnóstico da doença.

"Muitas vezes, ele vem em estado debilitado por ocasião das infecções oportunistas, porque, nos seus municípios de origem, não há a testagem de rotina. Há tratamento no hospital, medicação disponível e exames laboratoriais, mas é preciso um diagnóstico precoce e isso não vem ocorrendo. Assim, é preciso reforçar urgentemente as campanhas de testagem nos postos de saúde para que essa realidade mude", alerta
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