CURSO DE AVALIAÇÃO
Médico poderá voltar ao seu país se for reprovado
27.08.2013
A maior parte dos profissionais inscritos no programa veio de Cuba, Espanha, Argentina e Uruguai
Vitória de Santo Antão (PE)/Brasília. Se o desempenho dos médicos estrangeiros não for considerado satisfatório no curso de três semanas sobre legislação médica brasileira e língua portuguesa a que se submetem, eles serão desligados do programa Mais Médicos e voltarão aos seus países. A informação é do Ministério da Saúde.
Padilha fala aos estrangeiros para não se envergonharem por não saber falar português. O curso exige conhecimento em língua portuguesa FOTO: AG. BRASIL
Sem vergonha
"Não sintam vergonha de não saber falar português", disse o ministro Alexandre Padilha (Saúde) ontem ao receber os médicos estrangeiros que chegaram ao Brasil no fim de semana para participar do Mais Médicos. A maior parte dos profissionais inscritos no programa veio de países como Cuba, Espanha, Argentina e Uruguai.
Em um auditório dentro do campus da Universidade de Brasília, o grupo de médicos que está alojado em Brasília participou de uma cerimônia de abertura do programa.
Além de Brasília e Recife as aulas também começaram ontem em outras seis cidades (Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Fortaleza).
Se os médicos estrangeiros forem considerados aptos, receberão um registro profissional provisório para começar a trabalhar no município que for determinado, a partir de 16 de setembro.
O ministro afirmou que repudia e lamenta veementemente a declaração do presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM) de Minas Gerais, João Batista Gomes Soares, que aconselhou médicos brasileiros a não socorrerem erros de profissionais de saúde cubanos.
"Não sei em qual juramento ele se baseou para fazer essa declaração. Quer fazer crítica? Pode fazer crítica Mas nenhuma atitude que ameace a saúde da nossa população será admitida. Temos segurança jurídica. Não admitimos qualquer incitação ao preconceito ou à xenofobia", declarou o ministro.
Resposta
Após críticas de associações médicas à vinda de cubanos para atuar no Brasil pelo Programa Mais Médicos, a vice-ministra da Saúde de Cuba, Márcia Cobas, disse que médicos do seu país querem trabalhar em cooperação com profissionais brasileiros e não ocupar o lugar deles. Ela participou da cerimônia de início do treinamento dos médicos estrangeiros, em Brasília.
"Queremos ir aos locais onde a população mais precisa, onde não tem médicos", disse a vice-ministra. "Nossos médicos não são desempregados, recebem 100% de seus salários e têm a proteção de suas famílias, na educação, na saúde, para dar tranquilidade e segurança enquanto estão trabalhando em outros países", disse.
Segundo ela, os profissionais cubanos participantes do Mais Médicos vão receber entre 40% e 50% da bolsa de R$ 10 mil mensais oferecida pelo governo brasileiro. O governo cubano reterá a maior parte da verba.
O Tribunal de Contas da União vai analisar a documentação que embasou o acordo entre o Brasil e Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) que vai trazer quatro mil médicos cubanos para atuar nas regiões carentes do país.
Venezuelano diz que língua não vai atrapalhar
Brasília. Para o médico venezuelano Manoel da Cruz, a diferença de idiomas não irá atrapalhar o atendimento à população. "O mesmo que fazemos em outros países faremos aqui e a língua não vai atrapalhar, a medida que começarmos trabalhar vamos desenvolvendo melhor a língua", disse.
Ele tem cinco anos de experiência e, mesmo sabendo das críticas das entidades médicas brasileiras à contratação dos estrangeiros, diz que chega ao Brasil com boa expectativa.
A médica cubana Adela Fernandez também espera levar atendimento a quem não tem acesso. Ela conta que já trabalhou em um programa com um professor universitário da Paraíba e por meio dele teve informações sobre o sistema de saúde brasileiro e as doenças mais frequentes nas regiões pobres. Ela relata que tem familiaridade com o português.
"Cuba tem muito médico, prestamos atendimentos a vários países do mundo inclusive o Brasil. Sou especialista em medicina geral integral faz 16 anos, já trabalhei na fronteira de Angola, na África, por isso falo um pouco português", disse Adela.
O ministro Alexandre Padilha disse aos estrangeiros que eles serão decisivos para garantir o atendimento universal pelo SUS. "O Brasil tem o grande desafio de levar saúde pública universal e gratuita para toda sua população", observou
.
Vitória de Santo Antão (PE)/Brasília. Se o desempenho dos médicos estrangeiros não for considerado satisfatório no curso de três semanas sobre legislação médica brasileira e língua portuguesa a que se submetem, eles serão desligados do programa Mais Médicos e voltarão aos seus países. A informação é do Ministério da Saúde.

Sem vergonha
"Não sintam vergonha de não saber falar português", disse o ministro Alexandre Padilha (Saúde) ontem ao receber os médicos estrangeiros que chegaram ao Brasil no fim de semana para participar do Mais Médicos. A maior parte dos profissionais inscritos no programa veio de países como Cuba, Espanha, Argentina e Uruguai.
Em um auditório dentro do campus da Universidade de Brasília, o grupo de médicos que está alojado em Brasília participou de uma cerimônia de abertura do programa.
Além de Brasília e Recife as aulas também começaram ontem em outras seis cidades (Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Fortaleza).
Se os médicos estrangeiros forem considerados aptos, receberão um registro profissional provisório para começar a trabalhar no município que for determinado, a partir de 16 de setembro.
O ministro afirmou que repudia e lamenta veementemente a declaração do presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM) de Minas Gerais, João Batista Gomes Soares, que aconselhou médicos brasileiros a não socorrerem erros de profissionais de saúde cubanos.
"Não sei em qual juramento ele se baseou para fazer essa declaração. Quer fazer crítica? Pode fazer crítica Mas nenhuma atitude que ameace a saúde da nossa população será admitida. Temos segurança jurídica. Não admitimos qualquer incitação ao preconceito ou à xenofobia", declarou o ministro.
Resposta
Após críticas de associações médicas à vinda de cubanos para atuar no Brasil pelo Programa Mais Médicos, a vice-ministra da Saúde de Cuba, Márcia Cobas, disse que médicos do seu país querem trabalhar em cooperação com profissionais brasileiros e não ocupar o lugar deles. Ela participou da cerimônia de início do treinamento dos médicos estrangeiros, em Brasília.
"Queremos ir aos locais onde a população mais precisa, onde não tem médicos", disse a vice-ministra. "Nossos médicos não são desempregados, recebem 100% de seus salários e têm a proteção de suas famílias, na educação, na saúde, para dar tranquilidade e segurança enquanto estão trabalhando em outros países", disse.
Segundo ela, os profissionais cubanos participantes do Mais Médicos vão receber entre 40% e 50% da bolsa de R$ 10 mil mensais oferecida pelo governo brasileiro. O governo cubano reterá a maior parte da verba.
O Tribunal de Contas da União vai analisar a documentação que embasou o acordo entre o Brasil e Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) que vai trazer quatro mil médicos cubanos para atuar nas regiões carentes do país.
Venezuelano diz que língua não vai atrapalhar
Brasília. Para o médico venezuelano Manoel da Cruz, a diferença de idiomas não irá atrapalhar o atendimento à população. "O mesmo que fazemos em outros países faremos aqui e a língua não vai atrapalhar, a medida que começarmos trabalhar vamos desenvolvendo melhor a língua", disse.
Ele tem cinco anos de experiência e, mesmo sabendo das críticas das entidades médicas brasileiras à contratação dos estrangeiros, diz que chega ao Brasil com boa expectativa.
A médica cubana Adela Fernandez também espera levar atendimento a quem não tem acesso. Ela conta que já trabalhou em um programa com um professor universitário da Paraíba e por meio dele teve informações sobre o sistema de saúde brasileiro e as doenças mais frequentes nas regiões pobres. Ela relata que tem familiaridade com o português.
"Cuba tem muito médico, prestamos atendimentos a vários países do mundo inclusive o Brasil. Sou especialista em medicina geral integral faz 16 anos, já trabalhei na fronteira de Angola, na África, por isso falo um pouco português", disse Adela.
O ministro Alexandre Padilha disse aos estrangeiros que eles serão decisivos para garantir o atendimento universal pelo SUS. "O Brasil tem o grande desafio de levar saúde pública universal e gratuita para toda sua população", observou
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